BRASIL, 22 de janeiro de 2024 – O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, anunciou em uma entrevista à Folha de S.Paulo que o número de invasões de terra realizadas pelo movimento aumentará ao longo do ano de 2024.
Stedile justificou essa projeção com as “dificuldades” enfrentadas pelos sem-terra e demonstrou preocupação com o aprofundamento da crise capitalista.
“Se o governo não toma a iniciativa, a crise capitalista continua se aprofundando”, afirmou Stedile, destacando que, diante das adversidades, a luta social se intensificará.
Ele argumentou que a falta de ações governamentais eficazes para resolver a questão agrária impulsionará a retomada das invasões de terras.
No último ano, o MST já registrou um aumento nas invasões, totalizando 71, superando os quatro anos anteriores ao mandato de Jair Bolsonaro, que contabilizavam 62 invasões. O primeiro ano do novo mandato de Lula já indicava uma tendência de crescimento nas ações do MST.
Apesar de ser um aliado histórico do Partido dos Trabalhadores (PT), Stedile ressaltou em entrevistas anteriores que 2023 foi o pior ano em número de famílias assentadas em quatro décadas.
Essa avaliação revela uma insatisfação do líder do MST em relação ao governo petista, mesmo sendo um aliado de longa data.
Stedile também fez referência a um momento passado em 2007, quando o MST percebeu que as promessas de Lula sobre reforma agrária não se concretizariam.
Na época, o líder do movimento chegou a declarar que o MST havia se iludido com o então presidente Lula.