BRASÍLIA, 12 de dezembro de 2023 – Durante a Conferência Eleitoral do PT em Brasília, José Guimarães, líder do governo na Câmara, declarou neste sábado que, se necessário, o país pode enfrentar um déficit orçamentário no próximo ano.
Ele avaliou que a busca obstinada pela meta de zerar o rombo nas contas públicas poderia comprometer as chances do partido nas eleições municipais de 2024.
Em uma intervenção que durou aproximadamente 15 minutos, Guimarães discutiu a importância de uma estratégia política eficaz. Ele destacou a necessidade de uma mobilização eficiente da militância para assegurar a vitória do partido nas disputas pelas prefeituras em 2024.
O líder do governo compartilhou suas preocupações durante uma mesa na conferência, onde também mencionou uma conversa recente com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Senão a gente não ganha eleição em 2024”, afirmou Guimarães.
O evento também evidenciou divergências dentro do governo em relação à política econômica.
Enquanto Gleisi Hoffmann criticou a meta de eliminação do rombo fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discordou, negando que o déficit nas contas públicas seja diretamente proporcional ao crescimento econômico.
“Não é verdade que o déficit gera crescimento. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia”, afirmou Haddad.
As discussões em torno da meta fiscal tornaram-se mais intensas em outubro, quando Lula demonstrou dúvidas sobre a possibilidade de zerar o rombo das contas públicas em 2024.
A pressão por uma mudança na meta para um déficit de 0,50% no próximo ano aumentou, mas Haddad conseguiu manter a meta zero até março, buscando aprovar projetos no Congresso para aumentar a arrecadação.