
BRASIL, 30 de setembro de 2025 – O Brasil registrou aumento expressivo de afastamentos por transtornos de saúde mental nos últimos dez anos. Dados do Ministério da Previdência indicam que as licenças por depressão e ansiedade passaram de 90 mil em 2015 para mais de 307 mil em 2024, alta de 241%.
O crescimento preocupa famílias, empresas e o setor produtivo, que buscam alternativas para lidar com o impacto.
Uma pesquisa realizada pela plataforma Doctoralia com 3,4 mil entrevistados revelou que quase 20% dos pacientes interromperam o tratamento por não conseguirem arcar com os custos. Especialistas recomendam a combinação de psicoterapia e uso de medicação, com acompanhamento profissional constante, como forma adequada de cuidado.
Segundo Luiz Monteiro, presidente da Associação Brasileira das Empresas Operadoras de Planos de Medicamentos (PBMA), o preço dos remédios é um dos principais motivos para o abandono de terapias.
Ele afirmou que subsídios permitem descontos que chegam a 100%, garantindo continuidade no tratamento e evitando desistências por dificuldades financeiras.
O modelo de apoio conta com mais de 40 mil farmácias credenciadas. Quando o desconto não cobre todo o valor, a diferença pode ser abatida diretamente em folha de pagamento, o que facilita a adesão dos trabalhadores.
De acordo com Monteiro, os subsídios geram benefícios diretos às empresas. Eles contribuem para reduzir o absenteísmo, melhoram a adesão aos tratamentos e estabilizam a produtividade. Para ele, esse modelo de apoio representa um ciclo positivo que auxilia tanto empregadores quanto empregados.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima a perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano em todo o mundo em razão de transtornos de saúde mental. Esse cenário representa um custo aproximado de US$ 1 trilhão para a economia mundial.
A população pode procurar atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nas unidades públicas de saúde de cada município. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio gratuito e funciona 24 horas pelo telefone 188 ou no site cvv.org.br.







