
SÃO LUÍS, 20 de maio de 2025 – A juíza Janaína Araújo de Carvalho, titular da 1ª Zona Eleitoral de São Luís, reagendou para o dia 28 de maio o julgamento de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o diretório municipal de um partido político.
A legenda é acusada de fraudar a cota de gênero nas eleições proporcionais de 2024, na capital maranhense. A ação foi movida por suplentes do Partido Liberal (PL) e pelo diretório municipal do Republicanos.
A acusação aponta irregularidades na formação da chapa, cuja consequência pode ser a cassação do registro coletivo dos candidatos eleitos. Na eleição investigada, o partido em questão conseguiu eleger três vereadores ao legislativo municipal: o presidente do diretório, além de dois outros parlamentares.
O julgamento, inicialmente marcado para o dia 15 de maio, foi adiado após a deflagração da Operação Malversador, conduzida pela Polícia Federal, que cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em São Luís.
A ação investigou um suposto esquema de candidaturas fictícias utilizadas para desviar recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). A PF identificou o uso de documentos ideologicamente falsos para viabilizar os repasses indevidos.
Entre os casos apurados, destaca-se o de uma candidata que, apesar de ter recebido R$ 300 mil do fundo, obteve apenas 18 votos. O valor investido, quando comparado à votação recebida, apontou custo médio de R$ 16.666,67 por voto.
A discrepância fortaleceu a hipótese de que a candidatura foi registrada apenas para preencher formalmente a cota de gênero e permitir desvios de recursos públicos.