MEMÓRIA EM RUÍNAS

Justiça obriga governo a restaurar prédio do Arquivo Público

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Justiça ruínas
Após anos de omissão, Justiça decide que o governo do Maranhão reforme imóvel histórico em risco de incêndio e desabamento no Centro de São Luís.

MARANHÃO, 09 de maio de 2025 – A Justiça Federal determinou que o governo do Maranhão adote medidas urgentes para restaurar o prédio que abriga o Arquivo Público Estadual (Apem), localizado na Rua de Nazaré, n° 218, no Centro Histórico de São Luís.

A ordem vem após ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) diante da visível deterioração do imóvel — um patrimônio cultural, histórico e arquitetônico tombado, situado em área reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco.

Apesar do acervo de valor inestimável guardado no local, o prédio acumula anos de abandono, com graves problemas estruturais, risco de incêndio e total ausência de acessibilidade.

A sentença é clara ao responsabilizar o estado pela omissão na conservação do imóvel, que, entre infiltrações, rachaduras e materiais degradados, desafia a gravidade — literalmente.

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Segundo relatórios da Superintendência do Patrimônio Cultural (SPC), do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a situação é crítica: há risco iminente de desabamento e incêndio.

Ainda assim, as intervenções feitas pelo governo estadual foram descritas como paliativas — e irregulares — por não contarem com a prévia autorização do Iphan.

De acordo com a Justiça, desde 2022 os relatórios apontam os riscos, mas, mesmo diante de laudos técnicos alarmantes, a resposta do poder público foi a costumeira: ofícios, encaminhamentos e nenhuma obra concreta.

Com a decisão, o estado tem 90 dias para regularizar os sistemas de combate a incêndio e pânico, e 180 dias para apresentar projeto completo de restauração ao Iphan. As obras deverão começar após aprovação do projeto, com prazo adicional de 180 dias.

Caso o prédio seja interditado para as reformas — o que não seria uma surpresa — o acervo deverá ser transferido com segurança, assegurando a continuidade do acesso público aos documentos.

A Justiça ainda intimou pessoalmente os secretários estaduais de Cultura e Infraestrutura e impôs multa de R$ 5 mil por dia de descumprimento, limitada inicialmente a R$ 500 mil.

O Arquivo Público Estadual foi criado em 1974, com a missão de recolher, organizar e preservar documentos históricos dos séculos XVIII ao XXI. O acervo inclui manuscritos, partituras, mapas e registros oficiais de valor histórico para o Maranhão.

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