DESPEJO EVITADO

Iracema Vale denuncia impasse agrário e cobra solução

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Iracema Incra
Após cobrança de Iracema Vale, Suzano, União e Incra anunciam Termo de Acordo Extrajudicial sobre área disputada há mais de 15 anos por 600 famílias.

MARANHÃO, 11 de julho de 2025 – A deputada estadual Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, denunciou no plenário o conflito fundiário na área denominada “Fazenda Jurema”, entre os municípios de Vila Nova dos Martírios e São Pedro da Água Branca.

Horas após a fala da parlamentar, a empresa Suzano S.A., o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a União anunciaram um Termo de Acordo Extrajudicial para buscar a resolução da disputa.

O conflito agrário se arrasta há mais de 15 anos e envolve cerca de 600 famílias. A área total, segundo a Suzano, abrange mais de 23 mil hectares, dos quais menos de 3 mil são ocupados por famílias que utilizam a terra para moradia e agricultura de subsistência.

O acordo prevê a abertura de um processo administrativo, conduzido pelo Incra, para aquisição da área em litígio.

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Durante o processo de negociação, a empresa Suzano apresentou um “Plano de Reintegração Humanizado”. A proposta foi alvo de críticas de Iracema Vale, que repudiou o oferecimento de aluguel social de R$ 180 e cestas básicas por apenas seis meses às famílias que ocupam o território há décadas.

Em seu discurso, a deputada ressaltou que as famílias vivem na área há mais de 50 anos. Segundo ela, os moradores cultivam a terra, criam seus filhos no local e mantêm forte vínculo com o território. Iracema destacou que a situação tem repercussão internacional e que o Governo do Estado também acompanha o caso.

Antes da assinatura do Termo de Acordo, estava em andamento uma ação de reintegração de posse contra as famílias. O despejo estava inicialmente marcado para o dia 30 de junho, mas foi adiado para 15 de julho, após mobilização dos envolvidos e articulações institucionais.

Iracema Vale também compartilhou sua experiência como ex-prefeita de Urbano Santos. Ela relatou impactos negativos deixados pela empresa Suzano na cidade e enfatizou a importância da agricultura familiar como motor de desenvolvimento local. A deputada cobrou respeito aos direitos humanos e à dignidade dos maranhenses.

Por fim, a parlamentar solicitou o apoio dos demais deputados para pressionar por uma solução justa. Iracema também apelou para que a Suzano revise sua postura e cumpra seu papel social diante do impasse com as famílias que vivem na “Fazenda Jurema”.

Segundo a deputada, “com a vida, com o lar, com a dignidade do povo do Maranhão não se negocia”. O Termo de Acordo agora estabelece um novo rumo para a resolução do caso, com a expectativa de evitar o despejo forçado de centenas de moradores.

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