
SÃO PAULO, 25 de abril de 2025 – A Havan, rede varejista comandada por Luciano Hang, passou a ser alvo de uma campanha de boicote após ser citada como patrocinadora do time de vôlei Osasco, que conta com a jogadora Tiffany, mulher trans.
A convocação partiu da associação MATRIA Mulheres Associadas, Mães e Trabalhadoras do Brasil, entidade com atuação nacional voltada à defesa dos direitos de mulheres e crianças.
A entidade questiona a presença de Tiffany na Superliga Feminina desde 2017, ano em que a Liga Nacional de Vôlei Brasileira passou a permitir a participação de atletas trans, seguindo normas do Comitê Olímpico Internacional quanto aos níveis de testosterona.
Embora a atleta esteja dentro dos parâmetros exigidos, o debate reacendeu com a fala do médico João Granjeiro, coordenador da Comissão Nacional de Médicos do Voleibol.
Na declaração, Granjeiro ressaltou que, mesmo com testosterona controlada, há diferenças estruturais: “Ela nasceu homem e construiu seu corpo, músculos, ossos e articulações com testosterona alta. É só olhar para a atleta: alta e muito forte.”
O médico ainda lembrou que a modalidade adota redes com alturas diferentes para homens (2,43 m) e mulheres (2,24 m), em razão da diferença física entre os sexos.
A associação MATRIA aponta que o patrocínio ao time é um desrespeito às atletas mulheres, afirmando que “o impacto da biologia é inegável” e que a contratação de Tiffany compromete a justiça esportiva. A crítica, no entanto, não se limitou à empresa.
A entidade também mencionou a Riachuelo, que recentemente passou a adotar provadores unissex em suas lojas, como outro exemplo de postura considerada incoerente com o discurso de defesa de valores tradicionais.
Em fevereiro de 2024, o próprio Luciano Hang criticou a chamada “agenda woke” em suas redes sociais, afirmando que ela colocaria em risco valores fundamentais. “Não podemos aceitar que ideologias burras acabem com o futuro e as novas gerações”, publicou o empresário.
A MATRIA considerou a postura contraditória diante do patrocínio ao Osasco, que, segundo a associação, “boicota os esportes femininos”. Por fim, a associação convocou seus seguidores a pressionarem a Havan com publicações nas redes sociais, marcando o perfil oficial da marca.