
DISTRITO FEDERAL, 21 de agosto de 2023 – A Justiça Federal do Distrito Federal condenou o hacker Walter Delgatti Neto a uma pena de 20 anos e um mês de prisão pelo vazamento de mensagens de dispositivos de autoridades.
Delgatti foi um dos responsáveis pela invasão de aparelhos de autoridades da operação Lava Jato. A condenação é resultado de sua participação na chamada Operação Spoofing, pela qual ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF).
O juiz substituto da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal do DF, Ricardo Augusto Soares Leite, proferiu a decisão, destacando a gravidade dos ataques cibernéticos direcionados a diversas autoridades públicas, incluindo agentes responsáveis pela persecução penal, bem como indivíduos com destaque social. De acordo com a sentença, Delgatti também tentou negociar o repasse do material obtido por meio do hackeamento por uma quantia em dinheiro.
A investigação apontou que houve 126 vítimas do crime de interceptação indevida de comunicações telemáticas. O juiz afirmou que, caso o propósito fosse unicamente reparar injustiças, Delgatti não teria invadido aparelhos de autoridades como o Ministro de Estado da Economia Paulo Guedes e Conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
O magistrado também considerou evidente a liderança de Delgatti em uma organização criminosa. Além dele, outras quatro pessoas foram condenadas por invasões cibernéticas no âmbito da Operação Spoofing:
Gustavo Henrique Elias Santos (13 anos e 9 meses);
Thiago Eliezer Martins Santos (18 anos e 11 meses);
Suelen Priscila de Oliveira (6 anos);
Danilo Cristiano Marques (10 anos e 5 meses).
Luiz Henrique Molição também foi condenado, mas o juiz aplicou perdão judicial devido à sua colaboração premiada.
A Operação Spoofing teve início para investigar possíveis invasões aos dispositivos do então Ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro. As invasões foram realizadas por meio do aplicativo Telegram. Ao longo da investigação, Walter Delgatti confessou sua participação nas invasões.