MOSSORÓ, 22 de fevereiro de 2024 – O governo federal está no centro de uma polêmica após denúncias de que teria contratado uma empresa “laranja” para realizar a manutenção na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde ocorreu a fuga de dois presos ligados ao Comando Vermelho em 14 de fevereiro.
A R7 Facilities, sediada em Brasília, é acusada de irregularidades, levantando suspeitas sobre a possibilidade de sua atuação ter facilitado a fuga histórica.
A contratação da R7 Facilities, cujo proprietário é Gildenilson Braz Torres, um técnico de contabilidade, ocorreu em abril de 2022, durante a gestão de Anderson Torres no Ministério da Justiça.
O contrato, no valor de R$ 1,7 milhão, foi prorrogado em abril de 2023, já sob a administração de Flávio Dino.
A empresa, com um faturamento anual de R$ 195 milhões, recebeu atenção devido ao perfil contraditório do proprietário, Gildenilson, que mora em uma periferia de Brasília, recebeu auxílio emergencial e possui uma dívida considerável com o governo do Distrito Federal.
A suspeita de que a obra facilitou a fuga dos presos levanta preocupações sobre a segurança nos presídios federais de segurança máxima. Os fugitivos, Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, ainda não foram localizados.
A empresa R7 Facilities, inicialmente de propriedade de Wesley Fernandes Camilo, bombeiro civil, gerou mais controvérsias ao repassar a propriedade para Gildenilson sem custos.
Wesley, que nega ser um “laranja”, trabalha atualmente em um hospital particular de Brasília. A empresa não esclareceu as dúvidas sobre sua atuação no presídio de Mossoró.
Já o Ministério da Justiça informou que acionará órgãos competentes para investigar o caso internamente, destacando que, durante o contrato, a empresa atendeu requisitos técnicos e apresentou as certidões necessárias.
Enquanto isso, a R7 Facilities alegou imprudência na classificação de “laranja” e não forneceu esclarecimentos sobre suas operações no presídio.