
MARANHÃO, 29 de janeiro de 2024 – O governo federal modificou recentemente a forma de divulgar dados sobre óbitos na Terra Indígena Yanomami, gerando controvérsias.
O último relatório do Ministério da Saúde, datado de 21 de dezembro, omitiu informações sobre mortes por desnutrição, substituindo-as por um novo parâmetro chamado “doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.”
A mudança ocorre em meio a críticas ao governo Lula (PT) por não resolver a crise de desnutrição que afetou os Yanomami. O presidente acusou anteriormente Jair Bolsonaro (PL) de “genocídio” contra os indígenas.
A alteração na metodologia de divulgação de dados estatísticos, implementada no ano passado, impacta a contabilização de óbitos indígenas.
O último relatório, usando o novo parâmetro, registrou 35 óbitos, mas a falta de distinção entre mortes por desnutrição e outras causas dificulta comparações com a metodologia anterior, que apresentava 29 mortes especificamente por desnutrição.
Essa mudança dificultará a comparação entre os índices de morte na gestão Bolsonaro e os resultados sob Lula, especialmente em 2024. A medida, sem explicação do governo, torna mais desafiador analisar as políticas em 2024 em relação a anos anteriores.
A divulgação de informes sobre a crise Yanomami já apresenta inconsistências, incluindo alterações na contagem de alimentos e falta de transparência.
Aldeias relatam meses sem cestas básicas ou sementes, enquanto a composição nutricional das cestas é questionada.