BRASÍLIA, 27 de novembro de 2024 – O governo do presidente Lula, por meio da Comissão de Ética da Presidência da República, decidiu arquivar um pedido de investigação contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Silvio Almeida. O órgão anunciou a decisão nesta segunda (25).
Não há, entretanto, mais informações relativas ao processo contra Almeida. Isso se deve, a saber, ao fato de o caso estar sob sigilo.
Interlocutores do Palácio do Planalto informam, contudo, que o processo que acabou de ser arquivado contra o ex-ministro não tem relação alguma com a série de denúncias feitas em setembro.
Almeida, de acordo com o portal UOL, o site Metrópoles e a organização não governamental Me Too, teria assediado moralmente e sexualmente subordinados e colegas. Na parte sexual, uma das vítimas teria sido a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.
De imediato, Anielle ganhou apoio público da primeira-dama Janja da Silva. Almeida, que chegou a reclamar de que seria alvo de “mentiras”, acabou demitido do governo Lula.
Anielle não foi, no entanto, a única a denunciar Almeida por assédio sexual. Em vídeo nas redes sociais, a professora Isabel Rodrigues disse que foi vítima do aliado de Lula em 2019.
“Ele levantou a saia e colocou a mão nas minhas partes íntimas, com vontade”, afirmou a denunciante, que não segurou o choro ao relembrar o caso. “Fiquei estarrecida.”
Alvo de denúncias por assédio sexual e moral, Silvio Almeida foi além de perder o emprego na Esplanada dos Ministérios. Inicialmente, acabou desconvidado para palestrar na Bienal do Livro de São Paulo, evento que ocorreu na semana seguinte à divulgação das denúncias.
Ainda no mercado editorial, o ex-ministro viu a Editora Record romper contratos para publicar dois livros dele.