BRASÍLIA, 06 de fevereiro de 2024 – Na quarta (31), o governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), divulgou um balanço anual sobre segurança pública no Brasil, destacando uma queda significativa nos homicídios em 2023.
No entanto, a apresentação dos dados gerou controvérsias devido a uma possível deturpação gráfica da série histórica, levantando questionamentos sobre a interpretação dos resultados.
O ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, atribuiu a redução da violência a ações do governo atual, mencionando a política de desarmamento como um dos fatores determinantes.
Ele destacou o fim da era de “banalização do acesso à arma” e a correlação entre menos armas e menos crimes, reforçando a importância das medidas implementadas pelo governo.
Entretanto, críticos, como o jurista Fabricio Rebelo, coordenador do Centro de Pesquisa em Direito e Segurança (Cepedes), contestam a interpretação dos dados e apontam para uma suposta manipulação gráfica nas redes sociais do MJSP.
Rebelo destaca que a retórica desarmamentista carece de fundamentos científicos e sugere que análises objetivas contradizem a ideia de que políticas de desarmamento estão diretamente ligadas à redução de crimes.
“A representação já deixa bastante claro que o governo pretende utilizar politicamente os indicadores que agora anuncia, tentando não dar ênfase ao fato de que as maiores reduções históricas da série de homicídios se estabeleceu no governo anterior”, declarou.
A polêmica se intensifica com a comparação do gráfico divulgado pelo governo, que destaca a queda dos homicídios em 2023, com a série histórica desde 2010.
Críticos afirmam que a representação gráfica exagera a dimensão da redução em 2023 em relação a anos anteriores, especialmente quando comparada à queda expressiva observada de 2018 para 2019.
O debate se estende para além dos números, abrangendo a eficácia das políticas de desarmamento e a correlação entre armamento legal e criminalidade.
Enquanto o governo busca evidenciar os resultados positivos na segurança pública, vozes críticas questionam a transparência na apresentação dos dados e destacam a complexidade de fatores que influenciam a redução ou aumento da violência no país.