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BRASÍLIA, 19 de dezembro de 2023 – As despesas de consumo da administração pública, também conhecidas como gastos do governo, aumentaram cinco vezes mais do que o PIB na passagem do segundo para o terceiro trimestre, segundo o IBGE. Elas cresceram 0,5%, enquanto a geração de riquezas variou apenas 0,1%.
O presidente Lula (PT) mostra uma tendência em manter esse ritmo acelerado no gasto público, influenciado, em parte, pela proximidade das eleições municipais de 2024. O PT faz intensa pressão para que o governo abandone a meta fiscal de déficit zero e fique “livre” para aumentar fortemente as despesas no ano eleitoral.
O banco MUFG Brasil alerta que o processo eleitoral pode intensificar a pressão por despesas mais elevadas, ameaçando a estabilidade fiscal e, consequentemente, resultando em um real mais fraco. A desvalorização da moeda afeta a inflação, uma vez que a maioria das commodities é cotada em dólar.
A equipe de análise da XP Investimentos também lembra que desequilíbrios fiscais pressionam as expectativas de inflação. “Assim, é provável que as previsões do IPCA (a inflação oficial) no médio prazo (2025 e 2026) permaneçam acima da meta de 3,0%.
O Banco Central estará disposto a desacelerar e eventualmente interromper o ciclo de afrouxamento monetário se a meta de inflação estiver sob risco? Provavelmente sim, mesmo considerando que a pressão sobre o Copom pode subir ao longo do próximo ano.”
Pressão da ala política do PT é grande
A pressão da ala política do PT por mais gasto público é grande e tem o aval do presidente Lula. Ele disse, no dia 12, durante reunião do Conselhão, que, se necessário, pode fazer aumentar a dívida pública para viabilizar os investimentos e o crescimento do país. “É uma decisão política, não é uma decisão de mercado”, afirmou.
Dirigentes petistas vêm manifestando, nos últimos dias, a intenção de abrir ainda mais as torneiras dos cofres públicos. Para além das eleições de 2024, o objetivo é viabilizar a construção de um projeto que garanta ao partido, pelo menos, 20 anos no poder, segundo a presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Uma das declarações veio do líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), para quem um déficit nas contas públicas pode ser necessário para ganhar as eleições de 2024.Documento aprovado pelo Diretório Nacional do PT, no dia 8, defende a necessidade de o Brasil “se libertar urgentemente da ditadura do Banco Central independente e do ‘austericídio fiscal'”, para o governo ter condições de aumentar o gasto público e supostamente “dar mais dinamismo à economia do país”.
A tese foi reafirmada por Gleisi durante a conferência eleitoral do partido para 2024, no dia 9. Ela defendeu um rombo de até 2% no PIB para “não deixar a economia desaquecer”.