
BRASIL, 29 de dezembro de 2025 – A fila do INSS chegou a 2,8 milhões de pessoas em outubro, durante o governo do presidente Lula, segundo dados do próprio instituto obtidos pelo portal UOL. O número inclui pedidos de aposentadorias, pensões, Benefício de Prestação Continuada, licença-maternidade e perícias para auxílio-doença em todo o país.
No início da atual gestão, em janeiro de 2023, a fila do INSS somava 1,2 milhão de requerimentos em espera. Assim, o volume mais que dobrou ao longo do período, contrariando a promessa feita por Lula durante a campanha eleitoral de zerar a lista de pedidos pendentes no instituto previdenciário federal.
Em nota oficial, o INSS informou que o crescimento da fila do INSS está relacionado a mudanças na legislação que ampliaram a rede de proteção social. Além disso, o órgão citou o envelhecimento da população e o novo método de cálculo da renda familiar para concessão do BPC.
Segundo o instituto, a análise dos pedidos envolve a participação de outros entes públicos, o que dificulta a redução do estoque acumulado. Por isso, o INSS afirmou ter criado um comitê específico para enfrentar o problema e realizado mutirões para acelerar a análise dos requerimentos.
Dessa forma, o órgão sustenta que parte do acúmulo ocorreu pela suspensão temporária de milhares de pedidos. Segundo o INSS, essa medida foi necessária após a alteração nos critérios de cálculo da renda familiar, o que gerou impacto direto sobre a tramitação dos processos do BPC.
GARGALOS NAS PERÍCIAS
Durante o governo Lula, a fila do INSS referente ao Benefício de Prestação Continuada aumentou de 511 mil pessoas, em junho de 2023, para 898 mil em setembro deste ano. No mesmo período, a fila de aposentadorias caiu de 357 mil para 283 mil pedidos.
O maior gargalo, no entanto, está nas perícias médicas. A fila para esse tipo de procedimento dobrou, passando de 569 mil pessoas, em junho de 2023, para 1,2 milhão em setembro. O Ministério da Previdência não apresentou explicações públicas para esse crescimento.
Enquanto isso, beneficiários relatam suspensão de pagamentos, meses de espera por perícias e atrasos na divulgação de resultados. Há registros de idosos sem renda, trabalhadores afastados por doença ou acidente e pessoas que perderam o emprego enquanto aguardavam análise do instituto.
PROMESSA DE CAMPANHA
O tempo médio geral para concessão de benefícios caiu para 35 dias no atual governo, ante 79 dias ao fim da gestão Jair Bolsonaro. No entanto, o prazo médio do BPC subiu de 62 dias, em janeiro de 2024, para 193 dias atualmente.
Durante a campanha eleitoral de 2022, Lula prometeu zerar a fila do INSS. A promessa foi reafirmada no discurso de posse e em entrevistas ao longo de 2023, quando o presidente declarou que o problema exigia ação diante da falta de recursos, pessoal ou gestão.







