
BRASIL, 23 de maio de 2025 – A fila de espera por benefícios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) parece ter entrado em uma espécie de maratona própria: em abril de 2025, somava 2,678 milhões de requerimentos – quase o dobro dos 1,4 milhão registrados no mesmo mês do ano anterior.
A alta de 91,3% contrasta com as promessas de eficiência administrativa frequentemente celebradas pelo governo federal.
O número, embora levemente inferior ao recorde de 2,707 milhões em março – o maior já alcançado sob a atual gestão do presidente Lula (PT) –, mostra que a fila do INSS permanece longe do fim, apesar de medidas anunciadas para acelerar o ritmo das análises.
QUATRO MESES, NENHUMA SOLUÇÃO
Entre janeiro e abril de 2025, os números seguiram em crescimento:
Janeiro – 2.346.109
Fevereiro – 2.528.621
Março – 2.707.296
Abril – 2.678.584
Os dados são oficiais e refletem não apenas o volume acumulado, mas a lentidão na liberação de benefícios do INSS para milhões de brasileiros.
Entre os pedidos pendentes, 1,2 milhão são por incapacidade; 639 mil referem-se a assistências e benefícios de legislação especial (BLE); 454 mil aguardam aposentadorias; 158 mil esperam auxílio-maternidade; e outros 144 mil, pensões e reclusões.
GREVE E GARGALOS
O relatório de abril da IFI (Instituição Fiscal Independente) aponta que a greve dos médicos peritos, iniciada em agosto de 2024, teve impacto considerável sobre a velocidade das análises.
Ainda assim, esperava-se que estruturas modernizadas e orçamentos reforçados ajudassem a mitigar esse tipo de crise – expectativa que, por ora, não se confirmou.
A XP Investimentos estimou nesta semana que apenas o pagamento retroativo de 1,3 milhão de requerimentos poderia gerar um impacto de R$ 6 bilhões. Já o custo anual dos benefícios regulares concedidos a esse público seria de R$ 27 bilhões.
Considerando que nem todos os pedidos são aprovados, a despesa líquida prevista ficaria em torno de R$ 14 bilhões.