
SÃO LUÍS, 2 de junho de 2025 – Não há mais condições para uma candidatura de Felipe Camarão ao governo do Maranhão com o apoio de Carlos Brandão. E a responsabilidade disso é exclusivamente dele, que, apresentado ao rito que fez todos os vices ascenderem ao cargo de substituto do governador, decidiu inovar demais, romper demais, aparecer demais, brigar demais e protagonizar demais. Felipe é uma vítima da própria vaidade inexperiente e da ganância e ressentimento dos outros. Hoje, 2 de junho de 2025, decidiu debochar de Carlos Brandão e assinar o atestado de que ainda é muito mimado e inconsequente para ter confiança.
O COMEÇO DO FIM
Caso tivesse optado pela reclusão após o fim das eleições de 2022, como todos os vices que assumiram o posto dos titulares sempre o fizeram, tudo indica que hoje Felipe Camarão estaria há poucos meses de uma eleição relativamente fácil. Jovem, inteligente, de perfil conciliador, “gente boa” e sem adversários, tudo indicava que ele seria o sucessor de Carlos Brandão. Só que não…
Desde 2020 o grupo governista passava por um racha desencadeado pelo, hoje arrependido, senador Weverton Rocha. Vieram as eleições de 2022, e o racha foi agravado. Brandão saiu vitorioso. Logo, formou-se um grupo de revoltosos que esperava que Brandão, após vencer, aceitasse termos de um acordo que beneficiasse os traidores arrependidos, os derrotados humilhantemente e os eleitos na base da compra dos votos.
Brandão, é claro, não topou.
A MARCHA DA VACA PARA O BREJO
Foi então que Felipe Camarão teve a brilhante ideia de se colocar no meio do fogo cruzado entre os revoltosos insuflados pelo deputado estadual Othelino Neto e o governador Carlos Brandão. Pior: tomou o partido dos conspiradores.
O fato é: assim que essa disputa começou, Camarão deveria ter levantado da mesa, apertado a mão de cada um, saído e voltado apenas em abril de 2026. Mas, não!
O vice-governador acreditou na conversa fiada de que Brandão, o governador do estado, era um serviçal do grupo derrotado e decidiu integrar a “resistência”. Paralelamente, incorporou a mais heterodoxa pré-campanha de um vice em toda a história.
O resultado? Saiu do posto de sucessor para adversário.
Ao tomar partido dos revoltosos, Felipe Camarão se colocou em uma briga que não era dele. Assumiu um filho inseminado na proveta do ressentimento de Othelino Neto. Dobrou a aposta: antecipou a campanha de forma imprudente, se meteu em polêmicas desnecessárias e exigiu submissão em posição inferior.
Partiu para brigas inúteis sem estar em posição de brigar. Caso da deputada Mical Damasceno, que teve um projeto vetado por Felipe. O vice aproveitou uma dessas ocasiões em que assumiu o governo por alguns dias para tentar incorporar o militante de extrema-esquerda e vetar um projeto da deputada por pura e simples motivação ideológica. A mesma Mical que apareceu como vítima no “Escândalo dos Prints”.
Ao longo de dois anos e meio, foram várias e várias as ocasiões em que as opções da prudência e da afobação se apresentavam. Felipe, quase sempre, fazia a opção pela irreflexão.
Quando acordou, ainda no fim do ano passado, um cidadão chamado “Tarde Demais” prepara-se para bater na porta.
Hoje, 2 de junho de 2025, Felipe aproveitou a ida de Brandão ao exterior para se aliar aos revoltosos e provocar Brandão. Três dias após o golpe de Othelino Neto na Assembleia Legislativa ser definitivamente enterrado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao mostrar que irá manter Othelino e sua tropa de conspiradores por perto, Felipe Camarão encerrou qualquer possibilidade de reconciliação.