
MARANHÃO, 29 de julho de 2025 – A Polícia Federal concluiu que a queda da Ponte Juscelino Kubitschek, que ligava o Maranhão ao Tocantins, foi causada por falhas na manutenção e excesso de peso. A estrutura colapsou em dezembro de 2024, provocando 14 mortes e deixando três pessoas desaparecidas.
O laudo pericial foi revelado no domingo (27) em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo.
Peritos utilizaram drones, scanners a laser e modelagem 3D para reconstituir a cena do desabamento. O laudo aponta que a deformação no vão central provocou o colapso. A deformação foi causada pelo peso excessivo dos veículos e pelo comprometimento da estrutura da ponte.
FALHAS ESTRUTURAIS IDENTIFICADAS
O último reparo significativo ocorreu entre 1998 e 2000, quando houve reforço lateral, substituição da camada original de concreto e aplicação de asfalto. Segundo os peritos, essa intervenção pode ter fragilizado a estrutura. A mudança na composição do pavimento não foi acompanhada de reforço estrutural suficiente.
Além disso, um relatório técnico encomendado pelo DNIT em 2019, e publicado em 2020, já alertava para riscos. O documento apontava vibrações intensas e um rebaixamento de 70 centímetros no vão central da ponte. As condições foram classificadas como “sofríveis e precárias”.
LICITAÇÃO SEM RESULTADO E INVESTIGAÇÃO EM CURSO
Em 2024, o DNIT tentou abrir licitação para obras de recuperação, mas o processo não teve vencedor. O colapso ocorreu antes da finalização de uma nova tentativa de contratação. A tragédia evidenciou a urgência das reformas apontadas anteriormente.
Com o laudo concluído, a Polícia Federal pretende ouvir os responsáveis pelo planejamento das ações de manutenção e recuperação da ponte. A investigação agora foca em identificar responsabilidades administrativas e possíveis omissões dos órgãos envolvidos.







