
MARANHÃO, 19 de maio de 2025 – Pelo menos 941 postos de combustível no Brasil estão sob domínio ou influência de facções criminosas, segundo levantamento do setor obtido pelo R7. São Paulo lidera o ranking, com 290 postos vinculados ao crime organizado, seguido por Goiás (163), Rio de Janeiro (146), Bahia (103) e Maranhão (13).
Os dados revelam que esses estabelecimentos são usados para lavagem de dinheiro e fraudes fiscais.

O especialista em segurança pública Welliton Caixeta Maciel afirma que a presença de facções como PCC e Comando Vermelho no setor não é recente. Segundo ele, a fragilidade na fiscalização e a possibilidade de interiorização do crime impulsionam essa ocupação.
Além disso, postos servem como fachada para legalizar recursos ilícitos e recrutar novos membros.
O Ministério da Justiça reconhece o problema, mas contesta a escala do levantamento. O secretário Mário Sarrubbo afirmou que o governo federal já atua com um grupo de trabalho para combater fraudes, incluindo adulteração de combustíveis e sonegação fiscal.
Operações como a Protetor de Fronteiras e a Rede Recupera buscam coibir essas atividades.
O economista Hugo Garbe estima que o mercado ilegal de combustíveis movimente até R$ 23 bilhões por ano, com perdas equivalentes a 8,7% do setor. A dívida ativa do ramo chega a R$ 203 bilhões, sendo R$ 87 bilhões devidos à União. Empresas fantasmas e notas fiscais falsas são alguns dos métodos usados para burlar a lei.
O presidente do Instituto Combustível Legal, Emerson Kapaz, defende a aprovação de projetos de lei para frear a inadimplência deliberada e a atuação criminosa. Ele cita adulteração de produtos e roubo de cargas como principais desafios.
Já o diretor Carlo Faccio alerta para a verticalização do crime, com facções controlando toda a cadeia produtiva.