Brasília, 30 de maio de 2023 – Durante uma audiência pública realizada pela CPI do MST, nesta terça (30), a ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Nelcilene Reis, revelou que se sentia escravizada pelos líderes do grupo e temia por sua vida após desobedecer ordens.
Ela também afirmou ter sido ameaçada e expulsa à força do movimento, ressaltando que sua presença só foi possível devido à intervenção policial. De acordo com Nelcilene, foi prometida uma chácara de 3 hectares para cada participante do movimento, porém essa promessa nunca se concretizou devido ao alto número de pessoas envolvidas.
A ex-integrante alegou ter deixado o MST devido à forma como era tratada, sendo considerada uma “massa de manobra” e sendo obrigada, juntamente com seu marido, a trabalhar de forma gratuita para os líderes do movimento. O MST, em resposta, negou as acusações de Nelcilene, classificando-as como “mentiras”. O movimento afirmou que a ex-integrante não apresentou nenhuma prova substancial, como boletim de ocorrência, inquérito, processo ou condenação.
A CPI do MST foi instalada com o propósito de investigar as ocupações de terras realizadas pelo movimento desde o início do governo Lula. Os deputados têm como objetivo apurar as atividades, financiadores e possíveis práticas ilegais do MST.
A comissão tem prazo de 120 dias para funcionar, com previsão de encerramento em 28 de setembro, e as reuniões ocorrem às terças e quintas.