
SÃO LUÍS, 29 de janeiro de 2025 – A primeira reunião extraordinária do Colégio de Procuradores do Ministério Público do Maranhão (MPMA) foi marcada por críticas severas do ex-procurador-geral de Justiça Raimundo Nonato de Carvalho Filho.
Ele cobrou explicações sobre a liberação de cinco policiais e uma viatura para segurança pessoal do também ex-PGJ Eduardo Nicolau, que já não ocupa mais o cargo.
Durante a sessão de duas horas e meia do MPMA, Carvalho Filho destacou que Eduardo Nicolau não deveria contar com segurança policial. Ele afirmou ser frequentemente questionado por colegas sobre essa prerrogativa.
“Eu acho deplorável, já que o Ministério Público defende a moralidade. Eu não vou mais calar diante disso que estou vendo. Dr. Eduardo Nicolau não tem por que ter cinco policiais e um carro à disposição dele. Sou questionado todos os dias, eu e outros colegas por que tem isso no Ministério Público. Vamos parar de brincar com o Ministério Público Maranhense. Eu não aceito”, declarou.
Eduardo Nicolau, presente à reunião, justificou que solicitou a escolta por ter recebido ameaças de quatro homens presos no sistema penitenciário.
Entretanto, Carvalho Filho afirmou nunca ter pedido escolta durante seus dois mandatos como procurador-geral, mesmo tendo conduzido investigações envolvendo crime organizado e enfrentado ameaças.
“Nem quando minha família foi perseguida eu pedi escolta. Por que agora isso é necessário?”, questionou.
O atual procurador-geral de Justiça, Danilo Castro, tentou justificar a medida, afirmando que a escolta foi determinada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“Essa ordem veio do CNMP”, afirmou Castro, visivelmente constrangido com a discussão.