
MARANHÃO, 03 de novembro de 2025 – Pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) identificaram as causas do desaparecimento de papagaios ameaçados nas florestas amazônicas do Maranhão e Pará.
O estudo, publicado na revista “Biodiversity and Conservation”, analisou o Centro de Endemismo Belém e concluiu que a conservação das florestas é o fator principal para a sobrevivência das aves. A pesquisa cruzou dados de ocorrência de três espécies coletados entre 2000 e 2022 com informações sobre vegetação e clima.
A pesquisa focou na ararajuba, na marianinha-de-cabeça-amarela e na curica-urubu, todas espécies únicas da região. Os resultados demonstram que a chance de ocorrência desses papagaios chega a 95% em áreas de floresta bem preservada.
No entanto, esse índice cai para 50% em locais com qualidade florestal média e despenca para apenas 24% em áreas degradadas. Regiões com chuvas regulares também se mostraram mais favoráveis à presença das aves.
DEGRADAÇÃO FLORESTAL É PRINCIPAL AMEAÇA AOS PAPAGAIOS
Segundo o autor principal, Randson Modesto Coêlho da Paixão, a região do Centro de Endemismo Belém é uma das mais ameaçadas da Amazônia. Ele afirmou que a conservação da mata é vital para a sobrevivência dessas aves, que não existem em nenhum outro lugar do planeta.
O estudo foi desenvolvido durante seu pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde da Uema, em Caxias.
O trabalho integra o projeto “Testando hipóteses, predizendo padrões”, que investiga como o uso da terra e as mudanças climáticas afetam aves ameaçadas.
A equipe reuniu dados de ocorrência e cruzou com informações sobre vegetação, qualidade da floresta e índices pluviométricos. Dessa forma, os pesquisadores puderam mapear os fatores críticos para a preservação dessas espécies de papagaios.
PESQUISA PODE SUBSIDIAR POLÍTICAS PÚBLICAS DE CONSERVAÇÃO
O estudo serve como base para a definição de áreas prioritárias para proteção e ações de reflorestamento. Além disso, a pesquisa busca sensibilizar a sociedade sobre o valor ecológico e cultural das aves amazônicas.
O artigo contou com a colaboração de outros seis pesquisadores e recebeu apoio da CAPES e da própria Uema por meio de editais de fomento.







