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Estatais elevam patrocínios e gastos disparam no governo Lula

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Mesmo com estatais no vermelho, o governo Lula não para de aumentar seus gastos com patrocínios – um deles bancou até atos que promovem o próprio governo.

MARANHÃO, 28 de maio de 2025 – As seis maiores estatais controladas pelo governo federal ampliaram suas verbas de patrocínio no terceiro mandato do presidente Lula (PT). Os contratos assinados por Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Correios e BNDES se aproximaram da marca de R$ 1 bilhão no ano passado.

A verba subiu em todas as seis empresas federais de maior faturamento. O valor total, com correção pela inflação, passou de R$ 351,5 milhões em 2023 para R$ 977,6 milhões em 2024. A alta corresponde a mais de 250% de um ano para outro.

Os patrocínios das estatais também cresceram em relação a 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), quando foram contratados R$ 275,8 milhões, também em valores corrigidos. A gestão do ex-presidente foi marcada por um corte abrangente de despesas dessas empresas.

Patrocínios esportivos contribuíram para a ampliação da verba em 2024, ano das Olimpíadas de Paris, mas não puxaram a alta sozinhos. Todas as empresas analisadas tiveram aumentos em outras áreas, como cultura e eventos.

As empresas afirmam que a definição dos patrocínios segue critérios técnicos, atende a estratégias de mercado e tem respaldo na legislação.

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O maior aumento relativo de verba de 2023 para 2024 ocorreu nos Correios. Os contratos passaram de R$ 3,5 milhões, em valores corrigidos, para R$ 33,8 milhões. No último ano do governo Bolsonaro, essa verba era de apenas R$ 300 mil.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva, tem sido cobrado por Lula devido aos seguidos prejuízos da estatal. A empresa divulgou um plano para cortar R$ 1,5 bilhão em despesas.

Em valores absolutos, o maior aumento dos contratos foi da Petrobras. A petroleira havia destinado R$ 50,5 milhões em 2023. O número pulou para R$ 335 milhões em 2024.

As cifras englobam os patrocínios da área de comunicação da empresa. Os valores relacionados à responsabilidade social ficaram fora do levantamento.

Os números foram compilados a partir das páginas de transparência divulgadas pelas estatais. Foram considerados os contratos de patrocínio ou seja, os compromissos firmados a cada ano, ainda que os pagamentos efetivos possam ser parcelados nos anos seguintes.

O levantamento considera as estatais com faturamento acima de R$ 10 bilhões registrado no mais recente relatório do Ministério da Gestão, elaborado com números de 2023.

O Banco do Nordeste também aumentou o patrocínio de eventos, incluindo contratos fora da região atendida pelo banco (que inclui os nove estados nordestinos mais Minas Gerais e Espírito Santo).

OUTRO LADO

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula afirmou que as estatais definem suas estratégias de patrocínio de forma autônoma. Também disse que apenas supervisiona a instância que valida os patrocínios em órgãos federais.

Em nota, a pasta disse que “não há que se confundir as competências institucionais da Secom com ingerência na política de empresas estatais ou sobre execução orçamentária ou estratégias específicas de patrocínio, que são definidas de forma autônoma por cada empresa”.

Os Correios afirmaram que, no governo Bolsonaro, os patrocínios foram quase zerados, atribuindo essa decisão a uma tentativa de privatização da empresa. A estatal declarou que disputa mercado com grandes concorrentes, que investem em propaganda, e que esses contratos não comprometem sua sustentabilidade financeira.

A Petrobras afirmou que os valores anteriores a 2023 eram limitados devido à política de desinvestimento então em vigor na empresa e que tem ampliado patrocínios estrategicamente.

Segundo a petroleira, os apoios não são um “mero gasto”, mas uma ferramenta de desenvolvimento. Além disso, afirmou que os valores efetivamente pagos foram R$ 49 milhões em 2022, R$ 89 milhões em 2023 e R$ 281 milhões em 2024. As cifras refletem o aumento de repasses, ainda que sejam diferentes dos valores listados na reportagem, que se referem aos contratos assinados.

O Banco do Brasil disse que seus patrocínios fazem parte de estratégias de visibilidade e posicionamento de marca. Segundo a estatal, essa estratégia é orientada por dados e “baseada nas melhores práticas de mercado”.

A Caixa afirmou que os contratos são firmados de acordo com o planejamento estratégico do banco e observando os limites legais. As restrições e pré-requisitos para as contratações, afirma a estatal, também estão em instrução normativa da Secom.

O Banco do Nordeste disse que os eventos fora de sua área têm caráter institucional e visam atrair investimentos e fortalecer parcerias.

O BNDES, por sua vez, respondeu que os acordos são uma retomada do protagonismo do banco na promoção de desenvolvimento econômico e social. Também declarou que o apoio é fundamentado em critérios técnicos previstos no sistema legal.

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