
BRASÍLIA, 06 de maio de 2025 – A Polícia Federal revelou que a máquina pública realmente funciona quando se trata de descontar empréstimos consignados não autorizados de aposentados e pensionistas. O esquema, investigado no INSS, pode ter movimentado quase R$ 90 bilhões em liberações indevidas de crédito. Um feito e tanto para quem prometia “cuidar das pessoas”.
As investigações apontam possíveis conexões com a Dataprev, empresa estatal responsável pelas informações da Previdência, que pode ter contribuído com mais que tecnologia: uma eficiência quase sobrenatural em aprovar crédito sem autorização dos beneficiários.
Em 2023, os empréstimos consignados chegaram a R$ 89,5 bilhões, e, no mesmo ano, o TCU identificou 35 mil reclamações formais de créditos surgidos do nada. O primeiro cálculo da PF estima que mais de 4 milhões de brasileiros tiveram valores descontados sem aviso — um exemplo de como o Estado pode ser ágil quando realmente se empenha.
Onze entidades e associações são suspeitas de integrar o arranjo, que retirava dinheiro dos beneficiários antes mesmo que eles soubessem que haviam “aderido” a alguma instituição.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi retirado do cargo após virar alvo das investigações. Já o ministro da Previdência, Carlos Lupi, decidiu sair por vontade própria — embora a “vontade” tenha vindo logo após a pressão pública se tornar insustentável. Em sua nota de despedida, garantiu que não foi citado em momento algum.
Lupi também frisou que todos os setores da Previdência apoiaram as investigações, mesmo que só após o escândalo ocupar o noticiário. Para seu lugar, Lula escalou o ex-deputado Wolney Queiroz. Na presidência do INSS, entrou Gilberto Waller Júnior, que já prometeu um plano para devolver os valores.