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BRASÍLIA, 18 de fevereiro de 2025 – Erika Hilton, deputada federal pelo PSOL (SP), destinou R$ 1,5 milhão em emendas parlamentares à Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong). A entidade, que defende direitos humanos e apoia movimentos sociais, também presta serviços à Frente Parlamentar Mista LGBT+, criada e presidida pela própria deputada. Conforme dados orçamentários, R$ 103.008,00 serão repassados diretamente à Frente, o que levanta discussões sobre possível conflito de interesse.
Segundo a descrição do projeto, R$ 638,6 mil vão fortalecer iniciativas de formação política e promoção da cidadania da comunidade LGBTQIA+. Outros R$ 522,1 mil serão aplicados na organização de paradas, consideradas relevantes para a visibilidade do movimento, e R$ 319,2 mil apoiarão ações de advocacy em colaboração com a Frente Parlamentar. Paralelamente, a destinação de verba à mesma estrutura da qual Erika Hilton é presidente intensifica as dúvidas sobre interesses cruzados.
DESTINAÇÃO DOS RECURSOS
O primeiro repasse de R$ 493,3 mil ocorreu em janeiro de 2025, e as próximas liberações estão previstas para abril e agosto. Conforme o cronograma, esses valores cobrirão gastos administrativos, custos de hospedagem, passagens e confecção de materiais. De acordo com informações oficiais, a Abong é responsável pela execução das atividades ligadas à formação de lideranças, ao incentivo a eventos e à conscientização sobre direitos LGBTQIA+.
A prática de enviar recursos a uma organização que mantém vínculo direto com o próprio parlamentar desperta preocupações sobre transparência e conflitos de interesse. Emendais destinadas a entidades que assessoram o mandante do repasse podem contrariar princípios éticos no uso do dinheiro público. No caso de Erika Hilton, o montante total de R$ 1,5 milhão visa fortalecer projetos sociais, porém exige atenção para garantir lisura no processo e evitar questionamentos futuros.