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Entenda por que a COP30 já é considerada ‘Flop30’

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COP30 FLOP
Conferência do clima COP30 enfrentou alta nos preços de hospedagem, gastos milionários com navios, falta de líderes e falhas na infraestrutura do evento.

BELÉM, 24 de novembro de 2025 – A COP30 (30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima) chegou ao fim no sábado (22), depois da aprovação do texto final da cúpula, denominado “Mutirão Global”.

O resultado ficou aquém do que esperavam muitos governos, especialistas e cientistas. Mas o evento em Belém, no Pará, colecionou outros flops. Uma série de problemas logísticos e ausências importantes de líderes globais marcaram a realização da conferência.

Houve tentativa de invasão da área restrita no 2º dia do evento (11) e um incêndio na quinta (20).

O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, Simon Stiell, mandou uma carta ao gabinete do governo Lula (PT) em 12 de novembro exigindo que as autoridades brasileiras apresentassem um plano para lidar com as condições precárias na COP30.

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AUSÊNCIA DE LÍDERES GLOBAIS

O aeroporto de Belém tem pouco espaço para o estacionamento de aviões. Presidentes de vários países deixaram de ir à Cúpula da COP30, que antecedeu a conferência, porque não aceitaram mandar seus aviões a outros aeroportos enquanto estavam em Belém.

O presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), chegou a Belém na manhã de quinta (6) e deixou a cidade no final do dia. Não ficou para a conclusão da reunião e para a foto oficial, na sexta (7).

A Cúpula em Belém registrou menor participação de chefes de Estado e governo em COPs do que as 4 COPs anteriores. Não participaram os presidentes Donald Trump (Partido Republicano), dos Estados Unidos, Xi Jinping (PCCH, esquerda), da China, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), entre outros.

A conferência teve menor presença de executivos norte-americanos, por receio de retaliação do governo Trump, que vê a pauta climática com maus olhos.

FRUSTRAÇÃO COM TEXTO

Governos, cientistas e representantes de organizações criticaram o texto final da COP30. Não houve menção a um prazo para o fim do uso de combustíveis fósseis e para o desmatamento. Sem isso, a declaração ficou anódina, sem avanços significativos em relação a COPs anteriores.

As negociações diplomáticas para o texto final foram tensas nos últimos dias. Lula voltou a Belém na quarta (19). Conversou com diplomatas para que a menção aos fósseis fosse incluída. Mas representantes de vários países criticaram a intervenção de Lula e disseram que isso contrariava as negociações. O texto saiu só no sábado (22.nov). Atrasou o encerramento da COP30 em 1 dia.

O governo brasileiro tentou pelo menos conseguir ganhos simbólicos, como a inclusão da palavra “mutirão” em referência ao esforço global para a mitigação do aquecimento global e à adaptação às mudanças inevitáveis. Mas o termo, de origem indígena, não pode ser traduzido de forma exata para as línguas de países que participaram da COP30.

A ideia era que adotassem a palavra sem traduzi-la. Mas isso esbarrou em outra dificuldade: a pronúncia é difícil para estrangeiros.

OS FLOPS DA COP

1. Falta de lugar para aviões
O aeroporto de Belém não tem espaço para o estacionamento de aviões, o que fez vários chefes de Estado desistirem da viagem a Belém.

2. Ausência de líderes globais
A presença de chefes de Estado e governo foi a menor das COPs desde 2019. Líderes de EUA, China, Índia, México e Argentina não compareceram.

3. Hospedagem cara nas reservas
Hotéis em Belém chegaram a cobrar até 10 vezes o valor normal de quem fez reserva meses antes da conferência. Muitas pessoas desistiram da viagem.

4. Sobra de vagas durante o evento
Com as desistências, alguns hotéis tiveram sobra de vagas. Motéis se adaptaram para receber hóspedes da COP30, mas não tiveram procura.

5. Gasto de R$ 72 milhões com navios
O governo brasileiro contratou 2 navios de cruzeiro. Gastou R$ 26,3 milhões com delegações de países e R$ 45,4 milhões com funcionários do governo.

6. Hospedagem distante
O local da COP30 era distante dos navios de cruzeiro e dos hotéis, obrigando os participantes da conferência a trajetos demorados de carro ou de ônibus.

7. Barco de Lula e Janja polui
O presidente e a primeira-dama se hospedaram em um barco que foi trazido de Manaus. Consumiu ao menos 4.000 litros de óleo diesel.

8. Cheiro de diesel
O centro de mídia foi tomado por forte cheiro de diesel de geradores. A organização da COP30 disse que era biodiesel, mas não convenceu.

9. Alimentação cara
Coxinhas custavam R$ 30 na Zona Azul da COP30, onde houve negociações, e pratos feitos, R$ 110, o triplo do que se cobrava no centro de Belém.

10. Fila para comprar comida
Mesmo pagando caro, era necessário passar até uma hora na fila para conseguir comprar comida no horário do almoço, quando o movimento era maior.

11. Energia instável e calor
Interrupções e instabilidades no fornecimento de energia atrapalharam o andamento das atividades.

12. Calor obriga uso de leque
O ar-condicionado foi insuficiente na área dos pavilhões de países na Zona Azul, obrigando os participantes a usarem leques.

13. Frio excessivo em salas
O centro de mídia e outras salas da Zona Azul tinham temperatura muito baixa por causa do ar-condicionado, obrigando o uso de casacos.

14. Vazamento de água de chuva
Com as tempestades comuns em Belém, houve vazamentos no teto do centro de mídia no 1º dia da conferência.

15. Invasão da Zona Azul
Manifestantes forçaram a entrada no 2º dia de conferência no saguão da área restrita a credenciados. A ONU exigiu mais segurança dos organizadores.

16. Chanceler alemão critica
Friedrich Merz fez uma crítica implícita ao desconforto em Belém ao dizer na Alemanha que tinha ficado contente de voltar a seu país.

17. Janja onipresente
A primeira-dama teve mais destaque que líderes do governo e de outros Poderes na Conferência de Líderes que antecedeu a COP30.

18. Gafe de Janja
A primeira-dama cometeu uma gafe ao usar o termo “atoras”, inexistente na norma culta, em uma entrevista.

19. Incêndio em pavilhões de países
Parte da área de pavilhões de países da conferência pegou fogo em 20.nov. Toda a Zona Azul precisou ser evacuada, atrasando as negociações.

20. Provações “bíblicas”
Uma fotógrafa da ONU publicou post a partir do incêndio, listou problemas e disse que era um evento “bíblico”.

21. Termo “mutirão” não emplaca
O governo tentou que o termo, de origem indígena, fosse uma marca das negociações da COP30, mas o esforço esbarrou na dificuldade de traduzi-lo.

22. Visita de Lula no final criticada
O presidente voltou a Belém em 19.nov e tentou incluir o fim dos combustíveis fósseis nas negociações. Representantes de vários países o criticaram.

23. Bueiro sem tampa
Dois turistas estrangeiros, um homem e uma mulher, caíram em um bueiro sem tampa em uma praia, perto do terminal de cruzeiros. Não tiveram ferimentos graves.

24. Documento final anódino
Sem menção a um prazo para o fim do uso de combustíveis fósseis e para o desmatamento, o documento final da COP30 foi considerado pouco significativo.


Fonte: levantamento do Drive/Poder360

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