MARANHÃO, 02 de dezembro de 2024 – O número de lares endividados nas capitais brasileiras cresceu 12,8% entre 2022 e 2024, passando de 11,28 milhões para 12,73 milhões. Apesar da estabilidade no índice geral de endividamento, que permaneceu em 78%, o aumento populacional e a formação de novos lares explicam o crescimento absoluto.
O estudo foi realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em dados do IBGE e da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo a FecomercioSP, esse aumento representa 1,45 milhão de novas famílias convivendo com dívidas ativas, como faturas de cartão de crédito, financiamentos de imóveis ou carros e boletos de varejo.
No entanto, o cenário gera preocupação, já que o aumento do endividamento pressiona o custo do crédito, eleva os riscos de inadimplência e impacta negativamente o consumo em meio a um cenário de juros altos e inflação.
VARIAÇÕES REGIONAIS NO ENDIVIDAMENTO
Porto Alegre lidera entre as capitais em proporção de famílias endividadas, com 91%, seguida por Vitória, Curitiba, Belo Horizonte e Boa Vista, todas com taxas acima de 90%. Na capital gaúcha, houve leve redução em relação a 2023, quando o índice alcançou 96%, mas a cidade mantém a maior proporção do país.
Em contrapartida, Belém registrou a menor taxa de endividamento, com 69%. Apesar disso, o dado reflete um crescimento de 8 pontos percentuais (p.p.) em dois anos, evidenciando uma alta significativa no número de famílias endividadas.
Capitais como Goiânia e Campo Grande também apresentaram aumentos expressivos, com altas de 11 p.p. e 7 p.p., respectivamente.
Teresina foi a capital com maior aumento proporcional, passando de 61% de lares endividados em 2022 para 86% em 2024, um salto de 32,6%. João Pessoa, Porto Velho e Fortaleza também se destacaram com crescimentos superiores a 25% no período.
No entanto, algumas capitais do Sul apresentaram quedas no índice de endividamento. Florianópolis liderou a retração (-2,1%), seguida por Curitiba (-1,9%) e Porto Alegre (-1,2%). Apesar da redução, Porto Alegre continua com o maior índice proporcional de endividamento entre as capitais.