
SÃO LUÍS, 12 de junho de 2025 – A gestão do prefeito Eduardo Braide injeta cifras milionárias no sistema, supostamente para equilibrar as contas das empresas enquanto os usuários do transporte público de São Luís devem continuar convivendo com a precariedade diária.
Somente em 2024, R$ 89 milhões saíram dos cofres públicos em forma de subsídios. Para 2025, a previsão é que esse valor alcance R$ 98 milhões.
A informação foi apresentada durante audiência pública na Câmara Municipal, quando o secretário adjunto de Planejamento e Orçamento, Thiago Martins, justificou os repasses como estratégia para evitar aumentos na tarifa.
No entanto, o equilíbrio alegado parece não alcançar os passageiros — os mesmos que, além de pagar R$ 4,20 por cada viagem, ainda bancam R$ 1,35 por passagem como contribuintes.
Desde o início da atual gestão, o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) já recebeu quase R$ 250 milhões em recursos municipais. Apesar da generosidade, o serviço prestado continua longe do ideal, sobretudo nas regiões periféricas, onde a espera pelo coletivo é longa e o conforto inexistente.
Curiosamente, os repasses aumentaram logo após a última paralisação dos rodoviários. Ainda assim, as melhorias prometidas não chegaram às ruas. A população, por sua vez, segue pagando a conta — duas vezes.
Em março, Braide anunciou com entusiasmo a abertura de uma nova licitação para reorganizar o sistema. O projeto de lei que permitiria a mudança foi aprovado com urgência pela Câmara, mas, desde então, o edital parece ter desaparecido dos trâmites oficiais.
Enquanto a renovação do transporte continua no discurso, as empresas seguem recebendo os recursos. O passageiro, por outro lado, continua a embarcar num sistema que insiste em ônibus lotados, atrasos frequentes e uma frota que resiste ao tempo, apesar de todo o investimento.







