
BRASÍLIA, 15 de junho de 2023 – Relatora da CPMI que investiga os ataques do dia 8 de janeiro, a senadora maranhense Eliziane Gama está protegendo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, acusado de falsificar relatório de inteligência enviados ao Congresso Nacional.
Eliziane tem manobrado para impedir a convocação de Gonçalves Dias e assume a postura sob a justificativa de que “ainda não é o momento”.
O QUE DIZ A SENADORA
“Temos uma caminhada, uma ordem de calendário e neste momento não cabe ouvi-los [Gonçalves Dias e Dino], até porque na linha temporal eles são atores que se referem exatamente ao período do 8 de janeiro”, disse Eliziane ao site Poder360.
A justificativa da senadora esbarra em si mesma. Uma vez que as suspeitas sobre Gonçalves Dias recaem sobre o fato de omissão ainda nos dias que antecederam os ataques.
DOCUMENTOS FALSIFICADOS
Ocorre que o ex-ministro comprovadamente falsificou um conjunto de documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o 8 de Janeiro entregues ao Supremo Tribunal Federal e exibidos na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional.
A comparação relatórios mostra que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado por Gonçalves Dias, adulterou o primeiro relatório de inteligência enviado ao Congresso e retirou do documento os registros que mostram que ele tinha conhecimento dos riscos de tumulto e de invasão aos prédios do Congresso, Planalto e STF.
O primeiro documento entregue aos deputados não traz os onze alertas que o ministro recebeu no próprio telefone celular entre 6 e 8 de janeiro sobre a movimentação dos golpistas.
Os mesmos alertas constam de uma outra versão do mesmo documento, enviada pela própria Abin à mesma comissão, só que em 8 de maio. Dias já não era mais chefe do GSI, agora comandando pelo general Marco Antonio Amaro dos Santos.
O Congresso, por requisição da própria CCAI, recebeu a primeira versão dos documentos logo depois dos atos golpistas. A segunda foi entregue por ordem do ministro Alexandre de Moraes, em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
As adulterações promovidas pelo GSI sob o comando de Dias revelam que agentes do governo identificaram o “risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades” antes dos atos do dia 8 de janeiro.
Além de falsificar os documentos, Dias ainda negou em depoimento à Polícia Federal ter recebido alertas da Abin sobre os riscos de invasão e ataques aos edifícios-sede dos Três Poderes. Diante da gravidade dos fatos, a única justificativa para o adiamento do depoimento de Dias na CPMI do 8 de Janeiro é a de que a senadora opera para proteger Gonçalves Dias e dar-lhe tempo para encontrar uma saída para o problema.
Uma resposta
Ah senadora, a mão do senhor irá pesar sobre vossos ombros, trocaste o DEUS vivo pelo deus Dino.