
MARANHÃO, 28 de maio de 2025 – A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) voltou a mostrar seu estilo peculiar de atuação política. Nesta terça (27), a parlamentar fez veemente defesa da ministra Marina Silva durante audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado. Marina abandonou a sessão após declarações consideradas ofensivas por alguns senadores.
Com tom firme, Eliziane classificou as falas como machistas. Reagiu de imediato. Demonstrou preocupação com a postura dos colegas parlamentares e exaltou a importância do respeito às mulheres em espaços de poder.
No entanto, a mesma voz que ecoou alto no Senado parece ter falhado ao tratar de outro episódio envolvendo uma mulher em posição pública. Há quase duas semanas, circulam prints de conversas atribuídas ao vice-governador Felipe Camarão (PT), com declarações sexistas contra a deputada estadual Mical Damasceno (PSD).
Diferente do que ocorreu com Marina Silva, Eliziane não emitiu uma palavra em defesa da colega de partido. Nem nota, nem vídeo, nem menção em redes sociais. Nem mesmo um “curtir” na postagem oficial da CEADEMA, entidade evangélica da qual ambas fazem parte, que saiu em defesa da parlamentar atacada.
O caso ganha contornos ainda mais complexos quando se observa a ligação de Eliziane e Mical. Ambas são evangélicas históricas da Igreja Assembleia de Deus. Filhas de pastores respeitados no Maranhão, participaram da mesma indicação da CEADEMA em 2018, para representar o campo evangélico na política.
Eliziane chegou ao PSD em 2023, quando Mical já havia sido eleita pelo partido. São correligionárias. Irmãs na fé. Colegas de trincheira eleitoral. Ainda assim, a senadora optou por um silêncio eloquente diante do episódio.
Sem o apoio de sua “irmã em Cristo” e companheira de legenda, Mical Damasceno recebeu solidariedade de onde menos se esperava: de outra senadora evangélica, Damares Alves (Republicanos-DF). Mesmo sem laços partidários ou regionais, Damares foi às redes manifestar apoio.
Enquanto isso, Eliziane, que segue a CEADEMA no Instagram, não interagiu sequer com a nota da entidade. A ausência de empatia pública contrasta com a contundência demonstrada na defesa de Marina Silva. Uma escolha de prioridades, ao que tudo indica.