
A vocação derrotista do Grupo Sarney em São Luís
As recentes declarações do deputado federal Edilázio Jr (PSD-MA) sobre a entrada do seu partido na corrida pela Prefeitura de São Luís expõem a vocação derrotista dos remanescentes do Grupo Sarney. No momento em que uma janela se abre para o reagrupamento de legendas em nome de um projeto que poderia viabilizar o ressurgimento do grupo, todos os setores parecem remar em direções opostas dispostos a facilitar a permanência do dinismo no poder.
Além do PSD de Edilázio, também já manifestaram desejo de enveredar por candidatura própria o MDB e PV. Outros partidos da base, como o PSC, também demonstram interesse na aventura de uma candidatura solo. Ocorre que o pensamento que leva líderes como Edilázio a cogitar ações isoladas situa-se em uma completa e total alienação de uma das bases do êxito político: o grupo.
As circunstâncias, aparentemente mais sedutoras a uma primeira vista, ofuscam a simples cogitação de vislumbre do futuro. Ao relutar por uma união nas eleições de 2020 na capital maranhense, os remanescentes do Grupo Sarney fazem a opção pela jornada em direção ao cemitério do ostracismo.
História
Uma das grandes evoluções da democracia maranhense foi a aglutinação da oposição pelo ex-governador José Reinaldo Tavares. O equilíbrio de forças poderia ter criado um antagonismo inédito na política local que, por consequência, iria promover um enriquecimento do cenário.
Contudo, após a vitória do grupo cultivado por Tavares, o que se viu foi corrosão do Grupo Sarney e a estagnação da política no estado. E esse processo, pelo bem da política no estado, precisa ser estancado. Democracia se faz com antagonismos, não com hegemonias.
A defesa que aqui se faz do fortalecimento da oposição ao PCdoB e PDT nas eleições de 2020 não se trata da exposição de vontades pessoais. O que se pretende é uma defesa de um ambiente político saudável. Uma realidade em que a polarização seja equilibrada e possibilite
Situação semelhante foi observada na Bahia. Com a morte de ACM, o carlismo entrou em decomposição. No entanto, a candidatura de ACM Neto em Salvador deu novo ânimo ao grupo e reposicionou as forças políticas no estado. Apesar da derrota, o neto de Antônio Carlos Magalhães conseguiu frear o desgaste de seu grupo político e, quatro anos depois, vencer a eleição.
São Luís
A fragmentação das eleições municipais de São Luís se apresenta como uma janela de oportunidades políticas que, no mínimo, poderia render representação, hoje inexistente, na Câmara Municipal e uma participação razoável no pleito.
Com o fim das coligações a engenharia política poderia facilmente, garantir vagas no Legislativo a MDB, PV, PSD e PSC. Afinal de contas, hoje o Grupo Sarney é, pelo menos de acordo com as últimas 5 eleições, detentor de 150 mil votos na capital maranhense.

Uma articulação entre todas as forças em prol de um único nome garante, na pior das hipóteses, algumas vagas na Câmara Municipal e um o protagonismo político na capital maranhense.
Ao lançar candidatos sem história por partidos sem expressão e/ou representação e nomes coesos partidariamente para o pleito, setores do grupo adiam a única saída viável que é o reagrupamento de forças. Invenções como o futuro ex-juiz Carlos Madeira ou o ex-deputado Victor Mendes soam como palavras ao vento. Tanto quanto o apoio a nomes tidos como mais próximos ao Grupo Sarney, como os deputados Eduardo Braide e Wellington do Curso. Dois políticos tão distantes do sarneísmo quanto os comunistas do PCdoB.
Ou seja, a continuarem as opções isoladas, invenção de nomes e a falta de percepção da necessidade de união entorno de um nome desde agora, os grupos remanescentes do sarneísmo fazem a opção pelo prosseguimento da extinção.