
SÃO LUÍS, 21 de novembro de 2025 – Documentos oficiais do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) e notificações recentes dos sindicatos mostram que a greve dos rodoviários de São Luís resulta do não cumprimento, pela prefeito Eduardo Braide, de compromissos assumidos sobre o repasse de subsídios ao sistema de transporte.
As informações constam em atas, despachos e notificações emitidos ao longo da semana e revelam que os atrasos afetam diretamente o pagamento de salários e benefícios da categoria.
Durante a última mediação realizada no TRT-MA, a Prefeitura comprometeu-se, por escrito, a realizar os repasses do subsídio de forma regular. A ata da reunião também determinou que todos os valores recebidos pelas empresas fossem destinados exclusivamente ao pagamento de reajustes salariais e do vale-alimentação dos trabalhadores.
A responsabilidade ficou registrada como condição essencial para manter o funcionamento do sistema.
A ausência desses repasses, segundo os sindicatos, tem efeito imediato sobre o cumprimento das obrigações trabalhistas. Quando o subsídio não é transferido pela Prefeitura, salários e tickets deixam de ser pagos, criando desequilíbrio financeiro que precipita paralisações.
Representantes da categoria afirmam que a situação atual reflete exatamente esse cenário.
A condução da política de subsídios pela Prefeitura, segundo relatos de dirigentes sindicais, tem provocado instabilidade crescente. A avaliação é que atrasos contínuos provocam efeito dominó no sistema, reduzindo a capacidade operacional de empresas e ampliando o risco de colapso nos serviços.
GREVE GERAL
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sttrema) notificou as empresas, na sexta (21), exigindo a regularização dos salários atrasados no prazo de 72 horas úteis.
Caso o pagamento não ocorra, a categoria promete deflagrar greve geral na quarta (26). O sindicato afirma que, em várias empresas, o adiantamento salarial previsto para o dia 20 não foi pago.
Os rodoviários destacam que o problema é recorrente e vinculado à instabilidade dos repasses municipais. A entidade alerta que, sem regularização, a paralisação pode abranger toda a Grande São Luís.
AÇÃO DA PREFEITURA É EXTINTA PELO JUDICIÁRIO
A tentativa da Braide realizar depósito referentes ao subsídio do transporte público foi rejeitada pela Justiça do Trabalho. A juíza Noélia Maria Cavalcanti, da 5ª Vara do Trabalho, extinguiu a ação sem julgamento do mérito após reconhecer que apenas o TRT-MA possui competência para tratar de temas relacionados à greve.
Com isso, nenhum valor foi depositado, e o impasse financeiro permanece sem solução imediata.
Enquanto isso, a greve da empresa 1001 já afeta cerca de 15 bairros, entre eles Cohatrac, Turu, Forquilha, Vila Lobão, Parque Vitória e Vila Itamar. A redução das viagens pressiona o fluxo de passageiros em outras linhas, que operam próximas ao limite.
Apenas a Expresso Marina retomou parte das atividades, mas ainda sem normalização.












