
BRASÍLIA, 13 de janeiro de 2025 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, rejeitou na segunda (10) um novo pedido do advogado Frederick Wassef para arquivar a investigação contra ele no inquérito das joias desviadas do acervo presidencial. O advogado, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, já havia tido um habeas corpus negado em outubro.
Inicialmente, Dino negou analisar o habeas corpus por entender que ele questionava uma investigação conduzida sob supervisão do STF, tornando o recurso inadequado. Wassef recorreu, alegando que seu pedido não se referia a uma decisão do Supremo, mas sim ao seu indiciamento pela Polícia Federal (PF).
Mesmo assim, o ministro manteve sua decisão, afirmando que o advogado não apresentou novos argumentos, apenas demonstrou “inconformismo”. Apesar das negativas, a defesa de Wassef protocolou um novo recurso na quarta (12), contestando a decisão do ministro.
A Polícia Federal indiciou Frederick Wassef, em julho do ano passado, pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação concluiu que ele recomprou nos Estados Unidos um relógio Rolex, presenteado a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita, após o objeto ter sido vendido pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O advogado adquiriu o relógio na loja Precision Watches por US$ 49 mil e, posteriormente, o devolveu à União. O “kit ouro branco”, que incluía o Rolex, foi entregue ao ex-presidente durante uma visita à Arábia Saudita, em outubro de 2019.