Brasília, 22 de maio de 2023 – O deputado Pedro Lupion (PP-PR) expressou sua preocupação com a postura “agressiva” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao agronegócio, afirmando que isso dificulta o relacionamento com o setor.
Lupion, líder da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), ressaltou que as pontes construídas pelo vice-presidente e ministro da Indústria Geraldo Alckmin (PSB) e pelo ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) estão sendo prejudicadas.
“Infelizmente, estamos vendo novamente o Lula político de antigamente, que tem sido agressivo com o setor”, declarou em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (22). “Lula já chamou os ruralistas de fascistas e maus-caracteres. Isso nos afasta, tornando difícil estabelecer um bom relacionamento.”
De acordo com Lupion, se Lula “erguer um muro” em relação à bancada devido à atuação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), será uma “prova de que o governo apoia esse movimento e essas invasões ilegais”.
O deputado destacou que o objetivo da CPI é investigar a origem do financiamento para as invasões de terras e o apoio recebido pelo MST. “Parece que há pessoas do governo envolvidas, e o MST tem influência direta sobre o Executivo, inclusive na nomeação de cargos”, afirmou. “O MST nem mesmo possui CNPJ, não teria recursos para isso por conta própria. Seu objetivo nunca foi a reforma agrária. É uma luta política.”
Questionado sobre a nomeação do deputado Ricardo Salles (PL-SP) como relator da CPI, Lupion respondeu que o congressista é “competente” e “tem todo o direito” de pleitear o cargo. Salles, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), está sendo investigado por crimes ambientais e possui histórico de conflitos com o MST.
“Qualquer pessoa escolhida [para a relatoria da CPI] enfrentaria questionamentos semelhantes. Salles possui conhecimento técnico”, afirmou Lupion.