
BRASIL, 19 de maio de 2025 – A Amazônia legal enfrenta um paradoxo: os índices de desmatamento caíram aos níveis mais baixos da última década, mas a degradação florestal, mais silenciosa e difícil de detectar, disparou. De 2022 a 2024, o aumento foi de 163%, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A comparação considera o último ano do governo Bolsonaro e os dois primeiros anos do atual governo, que fez da pauta ambiental um de seus principais compromissos internacionais.
Apenas entre 2023 e 2024, os alertas de degradação subiram 44%. No mesmo período, o desmatamento recuou 27,5%.
Essa queda, celebrada em discursos oficiais e painéis climáticos mundo afora, contrasta com os 25 mil quilômetros quadrados de floresta degradada no último ano — uma área maior que o estado de Sergipe, afetada sobretudo por queimadas.
Dos 25 mil km² degradados, cerca de 66% foram consumidos pelo fogo. A seca histórica entre 2023 e 2024 contribuiu para intensificar os incêndios e reduzir drasticamente os níveis dos rios, enquanto as temperaturas subiram mais de 3°C.
Em 2024, foram registrados 140,3 mil focos de calor na Amazônia, o maior número desde 2007.