ABISMO FISCAL

Déficit nas estatais se aproxima do maior rombo registrado

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Estatais rombo
Balanço parcial indica avanço do rombo nas estatais e mostra que os Correios respondem pela maior parte das perdas acumuladas ao longo do ano.

BRASÍLIA, 28 de novembro de 2025 – O rombo das estatais federais atingiu R$ 6,35 bilhões até outubro, quando o Banco Central divulgou os dados que mostram o impacto do déficit sobre o setor público. O resultado ocorreu porque as empresas gastaram mais que arrecadaram ao longo de 2025, cenário que coloca os Correios como responsável pela maior parte do déficit.

O Banco Central informou que o rombo acumulado repete o desempenho de 2024, quando o resultado somou R$ 6,7 bilhões. O levantamento, criado em 2002, considera apenas a variação da dívida e inclui estatais como Correios, Casa da Moeda, Infraero, Serpro, Dataprev, Emgepron, Hemobrás e Emgea.

Os Correios enfrentam deterioração acelerada das contas e registraram prejuízo superior a R$ 4 bilhões no primeiro semestre. A empresa, que detém monopólio sobre cartas e selos, encerrou 2024 com déficit de R$ 2,6 bilhões e executa plano de reestruturação após 12 trimestres de perdas.

A nova gestão aprovou medidas baseadas em recuperação financeira, consolidação do modelo de negócios e crescimento estratégico. Além disso, a direção trabalha para captar R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos, operação que busca garantir liquidez e impedir interrupções nos serviços de logística nacional.

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ELETRONUCLEAR SOLICITA APOIO

Além do rombo dos Correios, a Eletronuclear pediu aporte de R$ 1,4 bilhão ao Tesouro para manter Angra 1 e Angra 2 e sustentar a estrutura parada de Angra 3. Os estudos do BNDES estimam entre R$ 22 bilhões e R$ 26 bilhões o custo de abandono e cerca de R$ 24 bilhões para a conclusão do complexo.

O Ministério da Gestão e Inovação declarou que o déficit primário não deve ser entendido como prejuízo operacional. A pasta explicou que quinze das vinte empresas avaliadas registram lucro em 2025 e que parte do rombo decorre do aumento de investimentos executados pelas estatais.

GOVERNO DESTACA DESEMPENHO AMPLIADO

Até setembro, as estatais consideradas pelo Banco Central investiram R$ 3,2 bilhões e pagaram R$ 1,74 bilhão em dividendos e participações. Esses valores entram como despesa na estatística primária e podem gerar rombo quando são cobertos por lucros guardados ou recursos acumulados em exercícios anteriores.

O governo informou que, ao incluir Petrobras e bancos públicos, o desempenho das estatais melhora de forma significativa. Segundo o balanço, 39 das 44 empresas operam com faturamento de R$ 655,3 bilhões no primeiro semestre e registram lucro total de R$ 92,4 bilhões no mesmo período.

O Ministério da Gestão acrescentou que esses resultados devem compor a análise geral sobre a situação das estatais, pois o rombo parcial não representa a totalidade da estrutura administrativa e financeira das empresas controladas pela União.

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