
BRASÍLIA, 30 de setembro de 2025 – A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS realizada nesta segunda (29), registrou momentos de forte tensão entre o vice-presidente do colegiado, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), e o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes.
Durante o depoimento, Duarte pediu a prisão em flagrante do dirigente por desacato, após uma resposta considerada irônica. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, rejeitou o pedido.
O impasse começou quando Duarte exibiu uma fotografia em uma reportagem e perguntou se Lopes era o homem na imagem. O depoente respondeu: “Se o senhor não sofrer de nenhuma míope, está vendo que sou eu”. A fala motivou a reação imediata do parlamentar, que declarou voz de prisão pelo crime de desacato.
Duarte alegou que a resposta representava falta de respeito a uma autoridade. Ele afirmou que não aceitaria ser desrespeitado, citando idosos, pessoas com deficiência e vítimas da pandemia como exemplos de grupos também prejudicados.
Carlos Viana interveio para encerrar o conflito, destacando que não identificou desacato e alertando para o uso adequado dos termos durante os trabalhos.
O presidente da comissão lembrou ainda que o regimento autoriza a presidência a cortar a palavra de parlamentares e até determinar a retirada de quem descumprir as orientações. Ele frisou que não desejava aplicar tais medidas, mas reforçou a necessidade de respeito ao comando da sessão.
ACUSAÇÕES NA CPMI
Antes da discussão, Duarte havia apresentado acusações contra a Conafer. Com base em documentos obtidos pela quebra de sigilo autorizada pela comissão, afirmou que a entidade movimentou mais de R$ 250 milhões em um ano sem aplicar recursos na previdência ou no setor agropecuário.
Ele também mencionou supostos descontos realizados em benefícios de pessoas com deficiência que recebem o BPC e de idosos aposentados. Segundo o parlamentar, mais de 1.750 pessoas com deficiência e 2.322 idosos teriam sido afetados por débitos atribuídos à entidade.
Na madrugada desta terça (30), Ferreira Lopes foi preso em flagrante por suspeita de falso testemunho durante a mesma audiência. Ele foi liberado após pagamento de fiança, cujo valor não foi divulgado pelas autoridades.
O depoimento durou cerca de nove horas, e a prisão ocorreu depois de solicitações feitas por parlamentares ao longo da sessão.
Essa foi a segunda prisão determinada pelo presidente da CPMI em uma semana. No caso anterior, Carlos Viana autorizou a detenção de Rubens Oliveira, ex-diretor financeiro de empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Após a detenção, Ferreira Lopes prestou depoimento ao delegado plantonista da Polícia Legislativa do Senado. Ele deverá responder pelo crime de falso testemunho na Justiça Federal.








O palhaço não toma jeito. Continua passando vergonha. Repreendido em público pelo próprio presidente da CPMI.