
MARANHÃO, 8 de outubro de 2025 – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve analisar, na próxima quinta (9), a convocação do piloto Reissanluz Sousa de Oliveira, que operou voos em um jatinho usado pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA) e pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
A aeronave, modelo Beech F90 e prefixo PT-LPL, é avaliada em R$ 2,8 milhões e pertence ao advogado Erik Marinho, responsável pela defesa do lobista no Supremo Tribunal Federal (STF) durante a Operação Sem Desconto.
De acordo com registros, o Careca do INSS utilizou o avião em 2 de fevereiro e 13 de julho de 2024, partindo de um aeroporto executivo em São Paulo.
O senador Weverton Rocha também foi visto desembarcando do mesmo jatinho em 1º e 15 de setembro, no Aeroporto de Brasília, em viagens entre São Luís, São Paulo e a capital federal.
PILOTOS NA MIRA DA CPMI
Além de Reissanluz, o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), propôs a convocação de Henrique Traugott Binder Galvão, piloto da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).
Ele teria transportado o secretário Silas da Costa Vaz, apontado como possível laranja em fraudes de descontos indevidos envolvendo a entidade.
Os pedidos de convocação foram apresentados nesta segunda-feira (6), e os pilotos devem comparecer como testemunhas. Segundo Gaspar, ambos têm “posição privilegiada” para esclarecer quem utilizava as aeronaves e fornecer informações relevantes sobre eventuais conexões com práticas fraudulentas que afetaram aposentados e pensionistas.
DEPOIMENTO DO “CARECA DO INSS”
O lobista foi ouvido pela CPMI em 25 de setembro e negou qualquer envolvimento com o esquema ou vínculos com parlamentares. “Não existe essa rede de relacionamento minha com parlamentares, qualquer que seja”, afirmou.
Ele declarou também que só visitou Weverton Rocha para tratar de produtos à base de cânabis, representando uma marca internacional, e chamou as acusações de “enredo fantasioso”.
As investigações indicam que o lobista controlava call centers responsáveis por captar filiados e repassar até 27,5% dos descontos irregulares. Ele é suspeito ainda de corromper ex-diretores do INSS por meio de pagamentos e doações de carros de luxo.
O esquema teria causado um rombo estimado em R$ 6 bilhões nos benefícios de aposentados em todo o país.







