
BRASIL, 14 de maio de 2025 – Os Correios culparam a isenção fiscal para compras internacionais de até US 2,6 bilhões em 2024, o maior desde 2016. A empresa afirmou que a medida, embora benéfica para o varejo nacional, impactou negativamente suas receitas com encomendas estrangeiras.
O resultado negativo, divulgado no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta (9), superou em quatro vezes o rombo de 2023 (R 1,5 bilhão, equivalente a R$ 2,3 bilhões corrigidos pela inflação).
Nesta segunda (12), a estatal comunicou aos funcionários um pacote de medidas para economizar R$ 1,5 milhão em 2025, incluindo:
- Prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV);
- Redução de jornada com corte proporcional nos salários;
- Suspensão das férias até janeiro de 2026;
- Corte de 20% no orçamento administrativo da sede;
- Retorno ao presencial em todas as unidades a partir de 23 de junho;
- Revisão dos planos de saúde, com expectativa de economia de 30% para empresa e empregados.
Apesar do rombo, os Correios mantiveram investimentos em patrocínios culturais, como a turnê de Gilberto Gil, que consumiu R$ 4 milhões — valor que gerou protestos entre servidores, que enfrentam atrasos no FGTS e dificuldades com o plano de saúde.
Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação sobre uma licitação de R$ 400 milhões para serviços de publicidade, após denúncia do deputado Leo Siqueira (Novo-SP).
O governo Lula (PT) atribui parte do prejuízo à gestão anterior, mas os Correios registraram lucro recorde de R$ 4 bilhões sob o comando de Jair Bolsonaro (PL), que incluíra a empresa no programa de privatizações.
A administração petista, porém, interrompeu o processo de desestatização.