
BRASIL, 26 de maio de 2025 – Os Correios voltaram a atrasar os repasses mensais ao Postalis, fundo de pensão dos funcionários, acumulando uma dívida de R$ 120 milhões nos últimos dois meses.
A estatal, presidida por Fabiano Silva dos Santos, descumpriu o acordo de 2023, que previa pagamentos regulares de cerca de R$ 30 milhões mensais para sanar o débito histórico.
Para não ultrapassar o limite de 90 dias de atraso – o que acarretaria penalidades judiciais –, a empresa realiza pagamentos parciais antes do vencimento do prazo.
Atualmente, as parcelas de março e abril estão pendentes, enquanto a de maio vence em junho. Além do valor principal, os Correios arcam com multas e juros que variam conforme o plano previdenciário.
O débito do Postalis tem origem em investimentos fracassados entre 2011 e 2016, durante o governo Dilma Rousseff, com perdas que hoje somam R$ 9,1 bilhões. Em vez de cobrar responsáveis ou a administradora BNY Mellon, a estatal e o governo repassaram parte do prejuízo aos aposentados, que sofrem descontos diretos em seus benefícios.
Indicado pelo presidente Lula, Fabiano Silva dos Santos enfrenta críticas internas devido ao desempenho financeiro dos Correios, que registrou o maior prejuízo de sua história em 2024.
O conselho do Postalis deve cobrar explicações do presidente do fundo, Hudson Alves da Silva, em reunião marcada para esta quarta (28).