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Contaminação extrema é registrada na praia de São Luís

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Pesquisa publicada em revista internacional identificou concentrações de bactérias até 22 mil vezes acima do limite legal na praia do Olho d’Água, em São Luís.

SÃO LUÍS, 09 de dezembro de 2025 – Um estudo apontou níveis elevados de contaminação fecal na praia do Olho d’Água, em São Luís, após pesquisadores analisarem amostras coletadas entre junho e dezembro de 2022, quando investigaram água, areia e sedimentos para identificar a presença de bactérias que ultrapassaram limites definidos pelo Conama.

As análises ocorreram no período de estiagem e também durante meses chuvosos, quando os pesquisadores avaliaram como o fluxo de esgoto e o comportamento das marés influenciaram a qualidade ambiental do local. Além disso, o estudo foi publicado em 29 de novembro e integrou pesquisas sobre ambientes costeiros amazônicos.

Os pesquisadores identificaram que os níveis de E. coli e Enterococcus na água do mar ultrapassaram os limites de balneabilidade estabelecidos pelo Conama, pois os parâmetros ficaram muito acima das 2.000 e 400 unidades por 100 mL permitidas.

A praia apresentou os maiores valores no período chuvoso, já que o escoamento das águas pluviais e o extravasamento de esgoto aumentaram o aporte de contaminantes. O estudo também registrou concentrações de até 5.487.000 unidades de E. coli e 8.842.000 de Enterococcus na água do mar.

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NÍVEIS ACIMA DO PERMITIDO

A equipe observou que todos os ambientes analisados apresentaram altos índices de coliformes totais, portanto os dados confirmaram contaminação generalizada na praia. Os pesquisadores destacaram que a areia e a água intersticial armazenam bactérias que retornam ao mar com as variações das marés.

Essa condição revelou que a contaminação permanece ativa, pois os sedimentos funcionam como reservatórios permanentes. Dessa forma, as análises reforçaram a necessidade de considerar esse ambiente nas avaliações sanitárias.

O estudo destacou que a legislação brasileira não prevê monitoramento da areia, então os frequentadores se apoiam apenas nas placas de balneabilidade. Essa ausência de avaliação dos sedimentos criou uma percepção limitada sobre o risco sanitário na praia, já que a contaminação se distribuiu em toda a extensão da orla.

O pesquisador Jorge Nunes afirmou que a contaminação é contínua, porque ocorre na água e também no material que compõe a faixa de areia. As declarações chamaram atenção para grupos vulneráveis e para crianças que têm maior contato com o solo.

RISCOS À SAÚDE

Os pesquisadores registraram que o contato com a água contaminada pode causar infecções gastrointestinais, porque a ingestão de microrganismos provoca diarreias e inflamações. A exposição também pode provocar infecções de pele e de ouvido, além de representar risco para gestantes, idosos e pessoas imunossuprimidas.

O estudo mencionou dados do Ministério da Saúde que registraram internações relacionadas à água contaminada em São Luís. As informações destacaram que cerca de 49,5% da população não possui coleta de esgoto.

A pesquisa indicou que o problema tem relação direta com os baixos índices de saneamento, então a ausência de coleta amplia a carga orgânica que chega à praia. O documento destacou que o Governo do Maranhão foi procurado para comentar os dados apresentados. Entretanto, não houve manifestação sobre os impactos observados na orla.

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