
MARANHÃO, 15 de dezembro de 2025 – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o deputado estadual Yglésio Moyses protocolaram pedidos, em São Luís, para que o Judiciário marque com urgência a audiência de conciliação sobre a intervenção na Federação Maranhense de Futebol (FMF), determinada pelo STF, visando à normalização institucional.
As petições foram apresentadas ao juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, responsável pelo processo que afastou a antiga diretoria da FMF e nomeou uma interventora. O objetivo é definir um cronograma seguro para encerrar a intervenção e organizar a temporada de 2026.
Além disso, a CBF destacou que a FMF está sob gestão provisória de Susan Lucena, indicada judicialmente, e afirmou que a situação atual exige definição rápida para evitar prejuízos administrativos, esportivos e institucionais relacionados às competições estaduais e regionais.
A CBF informou que, apesar da reputação ilibada da interventora, ela não integra o sistema de administração do futebol e não possui experiência prévia na área, o que pode dificultar decisões essenciais diante da proximidade do calendário de 2026.
Segundo a entidade, questões urgentes exigem conhecimento técnico do esporte, como a captação de patrocínios, negociação de direitos de transmissão, definição de naming rights, organização de placas publicitárias e interlocução com a própria CBF para projetos e repasses aos clubes filiados.
A confederação também citou a necessidade de conduzir o Conselho Técnico e apresentar regulamentos e tabelas com antecedência mínima de 60 dias, condição exigida para o reconhecimento oficial das competições organizadas pela FMF.
A CBF alertou que a ausência de um Regulamento Geral atualizado e a não publicação do Regulamento Específico podem resultar no não reconhecimento do Campeonato Maranhense de 2026, afetando diretamente os clubes do estado.
De acordo com a entidade, essa situação pode impedir os clubes de disputar torneios como Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Série D, comprometendo o planejamento esportivo e financeiro das equipes filiadas.
Além disso, a CBF apontou que a continuidade da intervenção judicial pode gerar questionamentos por parte de organismos internacionais, que exigem autonomia das entidades esportivas em suas normas internas.
A confederação ressaltou que intervenções prolongadas podem resultar em sanções da CONMEBOL e da FIFA, entidades que não admitem interferência externa na gestão de federações afiliadas, conforme regras internacionais do futebol.
Nesse contexto, a CBF afirmou que, como responsável por zelar pelo cumprimento dessas normas no Brasil, também pode ser alvo de sanções caso a situação da FMF não seja solucionada dentro de parâmetros aceitáveis.
Por isso, a entidade reforçou a necessidade de uma audiência célere para estabelecer o encerramento da intervenção e a retomada da normalidade administrativa da FMF.







