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Câmara paga 116% a mais por quilo de café em licitação

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Câmara pagou 116% a mais pelo quilo do café. Após licitação, o órgão desembolsará R$ 1,7 milhão por 29 toneladas do produto, que será fornecido por um semestre.

BRASÍLIA, 30 de setembro de 2025 – Em um ano, a Câmara pagou 116% a mais pelo quilo do café. Após licitação, o órgão desembolsará R$ 1,7 milhão por 29 toneladas do produto, que será fornecido por um semestre. A Casa começou neste mês a servir o café moído comprado por R$ 59,09 o quilo. Em 2024, o preço médio pago foi de R$ 27,36 pelo mesmo produto.

A licitação foi encerrada em abril, quando o produto acumulava uma inflação anual de 85,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Procurada, a Câmara afirmou que a diferença de preço nas licitações “acompanha a majoração do produto no mercado”. Leia o comunicado ao fim da reportagem.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o certame, destinado a servir deputados, servidores e visitantes do órgão, previa pagar R$ 63,78 pelo quilo do café em pó.

No total, a Casa comprou 29 toneladas do produto com as seguintes especificações: ao menos 85% de “café arábica”, um grão mais refinado, e com a torra “moderadamente clara a moderadamente escura”.

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As empresas vencedoras foram Odebrecht Indústria e Comércio de Café — presença frequente na Casa e que não tem relação com a empreiteira alvo da Lava Jato — e a Fino Sabor Indústria. A Odebrecht venderá 22 toneladas de café a R$ 58,50 o quilo, enquanto a Fino Sabor vai fornecer sete toneladas a R$ 60,87 o quilo.

Na licitação anterior, em agosto de 2024, a Câmara fechou o contrato por R$ 1,6 milhão por 59 toneladas de café, ou R$ 27,36 por quilo. Na ocasião, a compra valeu por um ano.

INFLAÇÃO ACUMULADA DO CAFÉ BATEU RECORDE

Em abril, quando a licitação foi concluída, a inflação acumulada do café moído nos últimos 12 meses era de 80,2%, um recorde desde 1995. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE.

Nos próximos dias, o preço do produto deve ter alta de 10% a 15% no supermercado, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). A entidade ressalvou que o reajuste não deve alterar a média anual do preço.

LEIA O COMUNICADO DA CÂMARA

“A diferença de preço do quilo do pó de café entre as licitações encerradas em agosto de 2024 (Edital 90025/2024) e em abril de 2025 (Edital 90014/2025) acompanha a majoração do produto no mercado. Ambas as licitações foram realizadas na modalidade pregão eletrônico, no tipo menor preço.”

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