
BRASIL, 21 de maio de 2025 – A Venezuela deve mais de US$ 1,7 bilhão (R$ 10 bilhões) ao Brasil, mas não honra os pagamentos, conforme documento enviado ao Congresso pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.
A dívida, herdada de financiamentos do BNDES durante os governos Lula e Chávez, inclui obras como a expansão do metrô de Caracas e a construção da Siderúrgica Nacional. Como o país não quita as parcelas, o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), sustentado por recursos públicos, assume o prejuízo.
O Tesouro Nacional já desembolsou valores para cobrir inadimplências anteriores e prevê pagar mais US$ 16 milhões (R$ 90 milhões) até junho se a Venezuela persistir no calote.
O mecanismo do FGE protege bancos credores, mas transfere o custo para o Orçamento da União — e, consequentemente, para os contribuintes. A situação se arrasta desde 2016, quando a crise econômica venezuelana se aprofundou, tornando o país incapaz de cumprir seus compromissos financeiros.
Apesar da reaproximação entre Lula e Maduro em 2023, as negociações para quitar a dívida não avançaram. O Itamaraty reabriu diálogos, mas não obteve resposta. A relação ficou ainda mais tensa após o veto brasileiro à entrada da Venezuela no BRICS.
Enquanto isso, o Brasil notificou o Clube de Paris sobre os atrasos, mas a Venezuela, isolada economicamente e em hiperinflação, ignora pressões internacionais.