CRISE BOVINA

Brasil vai produzir menos picanha em 2026

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Brasil deve reduzir produção de picanha em 2026. Projeção da CNA aponta queda de 4,5% na oferta de carne bovina devido à dificuldade de reposição do rebanho.

BRASIL, 10 de dezembro de 2025 – A Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária projeta redução de 4,5% na produção no Brasil de carne bovina em 2026. A entidade atribui o recuo à dificuldade de reposição de animais no campo. Ao longo de 2025, o país registrou aumento nos abates, sobretudo de vacas, cujo número cresceu 45%.

O ciclo produtivo do gado impacta diretamente a oferta de cortes como a picanha. A gestação de uma vaca dura nove meses e gera apenas um bezerro por vez, enquanto os touros podem fecundar diversas fêmeas no mesmo período. A substituição de matrizes, portanto, é mais lenta e pode levar anos.

Com avanço tecnológico e melhoramento genético, algumas fêmeas da raça Jersey iniciam a reprodução a partir do 11º mês. No entanto, esse cenário é exceção no país. As raças mais adaptadas ao clima do Brasil são as zebuínas, especialmente o nelore, cuja maturidade reprodutiva pode chegar a três anos.

O veterinário da Embrapa Luizinho Caron explica que a maturidade reprodutiva do rebanho nacional ocorre, em média, entre 13 e 24 meses. Ele ressalta que o prazo varia conforme a condição nutricional e o desenvolvimento de cada animal.

Após atingir idade reprodutiva, a fêmea gera um bezerro por ciclo, seguido de nove meses de gestação. O animal leva mais 24 meses para alcançar o peso de abate. A produção de picanha depende desse ritmo: cada bovino fornece no máximo duas peças, que chegam ao mercado somente após cerca de 33 meses entre a concepção e o frigorífico.

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