O Brasil está entre os países que mais reduzem a emissão de gases de efeito estufa durante os processos de produção agropecuária, desde o plantio até a colheita. É o que concluiu um estudo divulgado na quinta (09/06) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na projeção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O relatório analisou a posição do Brasil em diferentes indicadores de sustentabilidade frente a sete grandes agroexportadores: Argentina, Canadá, China, França, Alemanha, Índia e Estados Unidos.
O levantamento do Ipea mostra que, atualmente, com o mesmo volume de emissão gerada há dez anos, o agronegócio brasileiro produz 2,1% mais insumos. Na prática, o estudo aponta que, com a tecnologia atual, “produzir 1kg de alimento no Brasil gera menos emissões do que no passado”.
Em relação à capacidade produtiva da agricultura por unidade de emissão de gases de efeito estufa, o Brasil fica atrás apenas da Argentina, no indicador entre 1990 e 2020.
Nesse período, o Brasil reduziu a necessidade de emissão desses gases em 2,1%, enquanto essa redução chegou a 3,1% no país vizinho. Alemanha e Índia são nações que também figuram nas primeiras posições, segundo o Ipea.
O chamado efeito poupa-florestas foi outro indicador utilizado para comparar a capacidade dos países de reduzir o impacto ambiental na produção agropecuária. O índice aponta a extensão de terra que o país consegue poupar, por meio de mudanças tecnológicas e técnicas, mantendo ou aumentando a produção de alimentos.
De acordo com os dados do Ipea, nesse quesito, o Brasil lidera o ranking dos países comparados. Em 2020, o índice do território nacional brasileiro foi de 43,2%. Logo em seguida vem a Índia, com 34,5%.
No entanto, na avaliação do Ipea o desempenho indiano esteve associado exclusivamente à produção agrícola, enquanto o brasileiro se explica por ganhos de produtividade na agricultura e pecuária.
Veja o ranking dos países de acordo com o índice poupa-florestas:
- Brasil (43,2%)
- Índia (34,5%)
- Argentina (13,8%)
- Estados Unidos (8,9%)
- Canadá (2,5%)
- França (2,5%)
- China (1,6%)
- Alemanha (1,4%)