
BRASIL, 20 de outubro de 2025 – O Brasil projeta um rombo de R$ 30,2 bilhões nas contas públicas para 2025, mesmo com a previsão de manter uma carga tributária recorde, segundo análise de economistas consultados pelo Poder360.
A equipe do ministro Fernando Haddad tem como meta equilibrar as contas neste ano, utilizando o arcabouço fiscal para controlar gastos. No entanto, a arrecadação elevada não tem sido suficiente para conter o desequilíbrio, em um contexto de crescimento acelerado da dívida pública.
Dessa forma, a carga tributária brasileira, que é a soma de todos os impostos cobrados, atingiu 34,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, o maior nível da série histórica.
Dados da Receita Federal indicam que a tendência de alta deve continuar em 2025. Por isso, o país já supera a média de arrecadação dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que foi de 33,9% em 2023.
Além disso, a dívida bruta do governo geral alcançou 77,5% do PIB, o que equivale a R$ 9,6 trilhões. Desde o início do governo Lula, esse indicador cresceu 5,8 pontos percentuais.
Para o economista Ecio Costa, da UFPE, essa trajetória é considerada “galopante” e representa um risco concreto para a estabilidade fiscal do país. Ele classifica o arcabouço fiscal como uma “peça ilusória” para conter o problema.
O arcabouço fiscal, que rege o controle de gastos, permite uma folga de 0,25% do PIB. Portanto, o governo pode registrar um pequeno rombo dentro desse limite e ainda assim considerar a meta como cumprida. Essa margem de tolerância significa que o equilíbrio exato entre receitas e despesas não é obrigatório.
Por fim, a carga tributária brasileira de 32,1% em 2023 subiu 2,1 pontos no ano seguinte.







