SÃO LUÍS, 12 de dezembro de 2024 – Gilbson César Soares Cutrim Júnior foi condenado a 13 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, em regime fechado, pelo assassinato do empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho. A sentença foi proferida nesta quarta (11), no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís.
O crime ocorreu em 19 de agosto de 2022, no Edifício Tech Office, localizado na Avenida dos Holandeses, bairro Ponta d’Areia.
De acordo com a denúncia, o crime foi motivado por uma dívida relacionada a serviços prestados pela empresa SH Vigilância. Durante uma discussão no local, Gilbson disparou três tiros contra João Bosco, sendo o último na cabeça. A ação foi registrada por câmeras de segurança e ocorreu diante de várias testemunhas.
O julgamento foi conduzido pelo juiz José Augusto Sá Costa Leite, com o promotor de Justiça Raimundo Benedito Pinto na acusação. Gilbson admitiu a autoria dos disparos, alegando agir sob forte pressão emocional após supostas ameaças da vítima contra sua família.
Entretanto, o tribunal considerou o crime premeditado e o qualificou como homicídio por recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
LIGAÇÕES ENTRE O CRIME E VEREADOR
O nome do vereador Beto Castro foi citado durante as investigações e depoimentos. Gilbson afirmou que o político estaria envolvido em uma cobrança de propina no valor de R$ 788 mil da Secretaria de Educação do Estado (Seduc). Segundo o acusado, o empresário assassinado, João Bosco, atuava como cobrador de Beto Castro.
Testemunhas relataram que Bosco e o vereador estavam presentes no momento do crime. Em vídeos, Gilbson é visto caminhando ao lado de Beto Castro antes de atirar contra Bosco.
DEFESA DO ACUSADO
No depoimento, Gilbson declarou que João Bosco havia feito ameaças graves contra sua família, inclusive mencionando o sequestro de seu filho mais novo. Ele afirmou ter agido em desespero, após uma série de pressões e ligações insistentes. Apesar disso, a Justiça determinou que o crime foi intencional.
O acusado, preso preventivamente desde o crime, permanece na Penitenciária de Pedrinhas e não poderá recorrer da sentença em liberdade.