BRASÍLIA, 14 de junho de 2024 – A bancada ruralista na Câmara dos Deputados, liderada pela oposição, conseguiu mais de 100 assinaturas para a criação da CPI do Arroz, destinada a investigar o leilão suspenso pelo governo federal para a importação do cereal.
No entanto, para formalizar o requerimento, são necessárias 171 assinaturas.
Até a noite desta quinta (13), o único parlamentar do Maranhão a subscrever o requerimento foi o deputado Aluísio Mendes (Republicanos). Em suas redes sociais, Mendes destacou a importância da CPI.
“Praticamente a totalidade da colheita gaúcha de arroz, que abastece 70% do consumo nacional, está segura, o que afasta qualquer risco de desabastecimento. Nesse momento a CPI é urgente e fundamental para apurar as responsabilidades dessa decisão.”
A polêmica começou na terça, quando o governo federal decidiu, em meio a indícios de irregularidades, realizar um novo leilão em data ainda não definida. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, foi demitido.
O processo inicial de venda envolveu duas empresas intermediárias, a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos, ambas ligadas a um ex-assessor de Geller.
Essas empresas representaram três das quatro vencedoras do certame: ARS Locação de Veículos e Máquinas, Zafira Trading, e Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos. O fato de essas empresas não trabalharem com arroz gerou suspeitas.
Além disso, a maior parte do leilão, 56% do total, foi arrematada por uma pequena mercearia de bairro em Macapá, registrada como Wisley A. de Sousa Ltda.
A repercussão negativa culminou na demissão de Neri Geller, que também é ex-deputado e ex-ministro. O ministro da Agricultura afirmou que Geller colocou o cargo à disposição, mas fontes do governo confirmaram sua demissão.