SÃO LUÍS, 20 de setembro de 2022 – O presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva tem 37 ministros. Entre eles, três maranhenses. Flávio Dino, Juscelino Filho e, agora mais recentemente, André Fufuca. Os três ocupam pastas estratégicas para o Governo Federal: Justiça e Segurança Pública, Comunicações e Esportes, respectivamente.
Anunciado ainda na semana passada, Fufuca começa a enfrentar um turbilhão de notícias que já havia sido experimentado por seu colega, Juscelino Filho.
Assim como Juscelino, Fufuca enfrenta uma enxurrada de denúncias vazias e suspeitas repentinas. Antes de ser definitivamente nomeado ministro, o deputado passava longe do noticiário. Mesmo com sua aproximação do cargo, o maranhense não era pauta.
Então veio o anúncio e uma devassa avassaladora logo nos primeiros dias.
Anunciam, como uma espécie de crime, vergonha ou demérito, o fato de que, quando deputado, Fufuca enviou recursos para a cidade governada pelo pai, Fufuca Dantas. O crime em primar pela própria base? Ninguém sabe.
Reportagem de O Globo, UOL, Metrópoles e vários outros meios de comunicação também trataram como “suspeito” o envio de recursos para a construção de uma quadra poliesportiva em Peritoró, uma das cidades mais conhecidas do estado. Detalhe: os recursos foram enviados antes da nomeação de Fufuca.
As suspeitas contra a imagem de Fufuca têm absolutamente o mesmo cheiro daquelas atiradas contra Juscelino. Dois deputados federais que possuem relações absolutamente normais entre seus mandatos e bases.
Já Flávio Dino, que foi governador do Maranhão por 7 anos e deixou atrás de si um rastro de escândalos muito maior que o envio de recursos para suas bases, teve seu passado absolutamente esquecido pela grande mídia.
Nem Fufuca e nem Juscelino trazem em suas histórias manchas como a do “Aluguel Camarada”, nenhum recebeu recursos da Odebrecht, ganhou codinome em lista de propinas. Nenhum dos dois também foi citado na carta de suicídio de Mariano de Castro Silva.
Tanto Fufuca quanto Juscelino, em proporções políticas ou físicas, são “peixes” pequenos em comparação ao ministro Flávio Dino. Mesmo assim, enquanto eles “caíram na rede”, Dino passa despercebido pela estranha obsessão da grande mídia por ministros maranhenses.