O novo reajuste do óleo diesel, de 8,87%, anunciado pela Petrobras para entrar em vigor nesta terça (10/05) nas refinarias, não foi concedido apenas para que houvesse uma paridade do preço com a cotação internacional do petróleo.
A correção não zerou a defasagem, mas é necessária para que não falte combustível nos postos do país. E isso ocorre por uma deficiência do Brasil na área de refino de derivados de petróleo.
O Brasil é exportador de petróleo, mas, ao mesmo tempo, importa derivados, especialmente o óleo diesel. Cerca de 20% dos derivados consumidos no país vêm de fora.
A situação é resultado de um conjunto de refinarias que não são suficientes para dar conta da demanda nacional, além da integração global das cadeias do setor.Para abastecer todos os postos do país, é preciso importar diesel e gasolina.
Dessa forma, se a Petrobras se afasta muito do preço desses derivados no exterior, os importadores não podem competir com a estatal e tendem a reduzir as compras lá fora.Isso pode levar o país ao desabastecimento, até porque a produção nacional, mais barata, fica atraente para a exportação.
O país também precisa importar óleo leve produzido no Oriente Médio especialmente para a produção de lubrificantes.